Elvis está morto! Viva Elvis!
Elvis está morto. Viva Elvis!
Hoje percebi, no bombardeio midiático das interações comunicacionais a que estamos submetidos, uma saudável e tênue, embora fugaz, mudança. Era um sopro morno de juventude e inocência do passado que adentrava melodiosamente em meus ouvidos, me eriçando os pelos e invadindo minhas lembranças. De repente, todos os canais televisivos anunciaram, todas as rádios tocaram, todos os celulares e computadores noticiaram os quarenta anos de ausência do inesquecível cantor e ator Elvis Presley.
Quantas recordações me assaltaram – e era só isso que nos assaltavam àquele tempo! – e me transportaram para aquela época, para aquele fatídico dia 16 de agosto de 1977. Estava nas imediações da Lagoa aguardando o ônibus da linha 1º de maio que me levaria a minha casa no bairro de Jaguaribe, quando ouvi de um rádio , em um bar próximo, a triste notícia. Aquele fato me impactou e fiquei paralisado em minhas ações, só rememorando cabisbaixo a trajetória de sucesso do rei do rock-and-roll.
Em flashback me invadiam a mente as sessões das matinês dos cines Santo Antônio, Plaza, Rex, Municipal, onde assistíamos embasbacados às performances do ídolo; suas fotos publicadas em revistas, como O Cruzeiro, Fatos e Fotos, e jornais do Brasil e do mundo todo. Foi uma perda lamentável pois, para os meninos e adolescentes como eu, Elvis era o exemplo de sucesso profissional a ser seguido, ícone de beleza e da moda masculina a ser imitado e, sobretudo, o sonho de sedução que encantava as mulheres da época. Parecer-se com Elvis, um pouco que fosse, seguir seus trejeitos, cantar e tocar suas músicas, imitar suas roupas e penteado , já deixava qualquer um perto da estrondosa e merecida fama do astro.
E, naquela fila de ônibus sem futuro , fiquei a meditar como seria o mundo sem Elvis dali por diante. Aquele menino pobre de Tupelo, Mississipi, fizera uma revolução cultural que mudara os costumes de uma sociedade que ansiava por mudanças profundas. Conseguira concentrar em sua voz, swing e rebolado “imoral” e “obsceno”, toda a energia da música dos afrodescendentes americanos, do gospel, do blues, do twist, e do rock que se insurgia contra o conservadorismo pós-segundo confronto mundial, o stablishment, o racismo, a guerra fria e a política beligerante que mantiveram embates indesejáveis como o do Vietnã e o da Coreia.
É certo que já estava afastado do mundo dos shows há uns cinco anos. A amargura da perda da mãe, a infeliz vida amorosa, a saúde precária, a obesidade desmedida, o diabetes descompensado, a dependência das inúmeras drogas ditas lícitas prescritas por seu médico particular, o levaram a morte aos 42 anos, por edema agudo dos pulmões. Vivia enclausurado em sua fama e em sua mansão de Memphis. Deve ter sido triste e melancólica a visão do seu corpo nu, em posição genupeitoral, morto em seu imenso banheiro. O ajudante do legista que o atendeu em sua necropsia, um residente em patologia brasileiro e fã ardoroso, o descreveu agora como “cianótico, e com a língua para fora”. Ele custou a acreditar que era o cadáver de Elvis que deveria autopsiar.
Eu, já entrando na lotação, assobiando “Love me tender”, “It’s now or never” e algumas outras baladas que embalavam meus sonhos. Cantarolava baixinho o “Don’t be cruel” ou o “Jailhouse Rock”, ou o “Hound Dog”... e me lembrava do seu carisma e sorriso contagiante. A “sopa” chegara ao meu destino e eu descera dela sabendo que não mais haveria a possibilidade de novas aparições daquele que atraía descomunais multidões de fãs em seus shows, daquele que era o queridinho das mocinhas apaixonadas por seus filmes e canções. O rei do rock partira para a eternidade.
Hoje, passados mais de duas vintenas de anos, percebo que Elvis ainda não morreu de todo. Permanece inalterado nos corações de seus admiradores e dos saudosistas daquela época romântica. Elvis, the Pelvis, ainda encanta os sonhos daqueles que reconhecem uma boa música, um excelente intérprete, um ator esforçado, mas mal reconhecido pela indústria hollywoodiana, que só queria o seu sucesso e fama para obter lucros biliardários. Em sua mansão de Memphis, em Tenesse, os fãs fazem filas diariamente, seus hits continuam vendendo como nunca e seu nome fatura anualmente $ 27.000.000,00 de dólares . Elvis, decididamente, ainda está vivo!
Edmar Claudio
Elvis está morto. Viva Elvis!
Hoje percebi, no bombardeio midiático das interações comunicacionais a que estamos submetidos, uma saudável e tênue, embora fugaz, mudança. Era um sopro morno de juventude e inocência do passado que adentrava melodiosamente em meus ouvidos, me eriçando os pelos e invadindo minhas lembranças. De repente, todos os canais televisivos anunciaram, todas as rádios tocaram, todos os celulares e computadores noticiaram os quarenta anos de ausência do inesquecível cantor e ator Elvis Presley.
Quantas recordações me assaltaram – e era só isso que nos assaltavam àquele tempo! – e me transportaram para aquela época, para aquele fatídico dia 16 de agosto de 1977. Estava nas imediações da Lagoa aguardando o ônibus da linha 1º de maio que me levaria a minha casa no bairro de Jaguaribe, quando ouvi de um rádio , em um bar próximo, a triste notícia. Aquele fato me impactou e fiquei paralisado em minhas ações, só rememorando cabisbaixo a trajetória de sucesso do rei do rock-and-roll.
Em flashback me invadiam a mente as sessões das matinês dos cines Santo Antônio, Plaza, Rex, Municipal, onde assistíamos embasbacados às performances do ídolo; suas fotos publicadas em revistas, como O Cruzeiro, Fatos e Fotos, e jornais do Brasil e do mundo todo. Foi uma perda lamentável pois, para os meninos e adolescentes como eu, Elvis era o exemplo de sucesso profissional a ser seguido, ícone de beleza e da moda masculina a ser imitado e, sobretudo, o sonho de sedução que encantava as mulheres da época. Parecer-se com Elvis, um pouco que fosse, seguir seus trejeitos, cantar e tocar suas músicas, imitar suas roupas e penteado , já deixava qualquer um perto da estrondosa e merecida fama do astro.
E, naquela fila de ônibus sem futuro , fiquei a meditar como seria o mundo sem Elvis dali por diante. Aquele menino pobre de Tupelo, Mississipi, fizera uma revolução cultural que mudara os costumes de uma sociedade que ansiava por mudanças profundas. Conseguira concentrar em sua voz, swing e rebolado “imoral” e “obsceno”, toda a energia da música dos afrodescendentes americanos, do gospel, do blues, do twist, e do rock que se insurgia contra o conservadorismo pós-segundo confronto mundial, o stablishment, o racismo, a guerra fria e a política beligerante que mantiveram embates indesejáveis como o do Vietnã e o da Coreia.
É certo que já estava afastado do mundo dos shows há uns cinco anos. A amargura da perda da mãe, a infeliz vida amorosa, a saúde precária, a obesidade desmedida, o diabetes descompensado, a dependência das inúmeras drogas ditas lícitas prescritas por seu médico particular, o levaram a morte aos 42 anos, por edema agudo dos pulmões. Vivia enclausurado em sua fama e em sua mansão de Memphis. Deve ter sido triste e melancólica a visão do seu corpo nu, em posição genupeitoral, morto em seu imenso banheiro. O ajudante do legista que o atendeu em sua necropsia, um residente em patologia brasileiro e fã ardoroso, o descreveu agora como “cianótico, e com a língua para fora”. Ele custou a acreditar que era o cadáver de Elvis que deveria autopsiar.
Eu, já entrando na lotação, assobiando “Love me tender”, “It’s now or never” e algumas outras baladas que embalavam meus sonhos. Cantarolava baixinho o “Don’t be cruel” ou o “Jailhouse Rock”, ou o “Hound Dog”... e me lembrava do seu carisma e sorriso contagiante. A “sopa” chegara ao meu destino e eu descera dela sabendo que não mais haveria a possibilidade de novas aparições daquele que atraía descomunais multidões de fãs em seus shows, daquele que era o queridinho das mocinhas apaixonadas por seus filmes e canções. O rei do rock partira para a eternidade.
Hoje, passados mais de duas vintenas de anos, percebo que Elvis ainda não morreu de todo. Permanece inalterado nos corações de seus admiradores e dos saudosistas daquela época romântica. Elvis, the Pelvis, ainda encanta os sonhos daqueles que reconhecem uma boa música, um excelente intérprete, um ator esforçado, mas mal reconhecido pela indústria hollywoodiana, que só queria o seu sucesso e fama para obter lucros biliardários. Em sua mansão de Memphis, em Tenesse, os fãs fazem filas diariamente, seus hits continuam vendendo como nunca e seu nome fatura anualmente $ 27.000.000,00 de dólares . Elvis, decididamente, ainda está vivo!
Edmar Claudio