A MEDIÇÃO DAS MÃOS
MEDIÇÃO DAS MÃOS
Autor: Moyses Laredo
Num baile de carnaval no Clube Juventus, um dos clubes chiques de Rio Branco/Ac, um amigo e a mulher estavam escorados no balcão do bar, já na saída, depois de um extenuante carnaval, era coisa de umas 5 e poucos da manhã, clareando o dia, tinham acabado de pedir uma cerveja para rebater...a tal da saideira, o garção sonolento, cansado do corre-corre da noite, atendendo todo mundo, seu parceiro de trabalho tinha faltado, sozinho teve que dar conta para atender a todos, o coitado estava feito um zumbi. Ao derramar a “loura suada” nos copos, de repente, um bêbado, apareceu do nada e segurou na mão, do copo, da mulher desse amigo e disse: - “Chega, hic, você já bebeu demais!” Ele viu aquilo, balançou a cabeça negativamente, deve ter pensado, “tinha que ser no final, evitei brigar a festa toda”...mas, se conteve, acontece que o bêbado, sem noção do perigo insistiu, apesar da mulher ter se livrado bruscamente da mão dele, mesmo assim, voltou a dar a ordenar. – “Já lhe disse, hic, hoje você não vai beber mais”. Hiii!... Pensei, esse cara vai arrumar pro dele. Vendo isso, o amigo, se aproximou do bêbado e disse calmamente: - “Companheiro, dá licença, a mulher é minha esposa, somos casados de papel e sou eu que está pagando a porra da cerveja, fica na tua tá!” O bêbado atrevido, não se intimidou, espalmou a mão próximo do rosto dele e perguntou: - “Você já viu, hic, o tamanho da minha mão?” – O amigo já com o “pavio aceso, pela metade”, respondeu: - “E você, já viu o tamanho da minha?” mediram as mãos, sobrepondo a sua sobre a do bêbado, cobrindo-a totalmente e ainda sobrando muito pelos lados. O bêbado retrucou: - “E daí?...hic, Vai querer encarar, então bote em mim, hic, bote, tu é grande mais não é dois hic!”...depois disso, ouvi um som forte, curto mas abafado, igual daqueles quando se espoca um saco grande de papel cheio de ar, o bêbado, coitado, deu dois cangapé no ar depois de receber a “raquetada” no pé-do-ouvido, caiu no chão já ronronado, dizem que dormiu até depois do meio dia, do dia seguinte. O garçom contou depois, “levou-lhe” uma “lapinguachada” de respeito na tábua do queixo. Só precisou de uma, achei até que o bêbado estava a procurar um motivo para dormir, puxaram a língua dele pra fora, depois o colocaram sentado, escorado num pilar dos madeira, e lá o coitado ficou, quietinho que fazia gosto.