ÓRGÃOS E SENTIDOS
ÓRGÃOS E SENTIDOS
Aos poucos parece que alguns de nossos órgãos e sentidos vão deixando de fazer sentido. Parte de suas funções vão ficando em segundo plano, deixando essências e sentimentos ao largo.
Vejamos a visão, sem largos horizontes, resumindo-se a olhar telas planas e janelas quadradas, dimensões diminutas com perspectivas, por vezes limitadas, por vezes virtuais. Escafedeu-se uma dos mais marcantes sentidos da visão, o olho no olho, não confundindo com olho por olho, esse parece em alta.
Ouçamos a audição, ora inaudível, ora ferida por vozes torpes, preconceituosas, raivosas, surda aos clamores de humanidade.
E o tato, ausente, apenas presente em soquinhos ridículos.
Olfato e paladar encobertos por panos que se dizem protetores de “vida”. E para que servem os braços se não há abraços, as mãos se não há toques, as bocas se não há beijos, o ouvido se não há sussurros. Quanta incompletude