Ecos dum passado renascido

O que vejo de repente é uma serpente… Vampiros que tentam constantemente sugar o meu suor. Vozes murmurantes “é a terceira vez que ele sobrevive”. Enquanto os nazistas, alias parasitas matam centenas de seres nas matas, muito antes de sarar a velha ferida do Salazar iniciam um novo jogo pelo poder, assistimos em telas a morte não revelada duma civilização que o destino é temido pois sabe-se pela lógica que esta será mais uma de prostitutas e assassinos que mais tarde também procurara por vingança.

O vento não pode responder os ecos das balas e nem pode nos afundar nas escalas dessas notas das ondas, se for pegue-o e volte a flutuar livremente e levemente, afinal a nova era precisa de estórias novas. Especular a natureza humana por meio de balas é difícil, pior dormir no meio desse tormento, desse torneio que escusa treinadores internos e externos. O som das armas tornou-se generoso aos seus ouvidos do que o batuque e a linda melodia do mbila, e; quando pararem, se pararem Eu vou tentar entender esses ecos do ego dos nazistas parasitas.

Muita coisa estranha ainda pode acontecer! No passado, toda vez que lia ou que ouvia os grandes feitos dos nossos heróis, os meus pensamentos enchiam-se de entusiasmo e orgulho, coroava-lhes com flores na praça onde os seus restos jazem pela paz. Relembrar o passado e seus infortúnios é lutar em vão num mar de sangue que nunca será capaz de pronunciar uma única palavra e ao mundo jamais será anunciado.

Os vestígios ecoam tiros já há tempos disparados e conflitos que se alastram em enxurradas de livros de estória publicados em memoria dos que lutaram pela liberdade e hoje os mesmos nazistas parasitas nos fazem voltar ao passado e ecoar presságios do futuro numa altura em que o rescaldo da guerra e violência esconde a razão de Junho.

Quando a rede do passado foi lançado em mim, os milhões de braços que nunca vão vencer nas matas em delgado, ou por detrás das árvores onde se esconde mais um soldado com armas fazendo o que o Salazar os ensinara, morre em mim a certeza de que lutaram para libertar o povo. Pensava Eu que os heróis estavam mortos; aqueles que coroei com flores na praça, enganei-me! Hoje me querem ver mortos, todos nós.

Como isso aconteceu? A ordem mundial é sempre nova e a cada século pertence a um tempo que cimenta o passado de humilhações, forma relíquias de racismo, corrupção, discriminação e escravatura…

Chipuale
Enviado por Chipuale em 22/12/2020
Reeditado em 22/12/2020
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