Apenas Um Susto
Por Nemilson Vieira (*)
Hoje vi-me a chutar a beleza que na penumbra da noite voou a mim. Claro, que não foi a propósito tal intento.
Ao fazer-me a sua visita-surpresa, eu não notei a sua presença no piso amarronzado da sala.
Sempre fui fascinado por esses belos entes alados, as borboletas.
Meio escuro achei ser um resíduo qualquer e a toquei com o pé. Ao olhar com mais atenção vi algo a se mexer, era uma.
Tonta só conseguia movimentar-se com as pernas.
Tombava para um lado e outro devido ao choque comigo. Por sorte não o machuquei com mais gravidade; como achava a princípio. Ufa! Ainda vivia!
Apenas um incidente sem maiores danos; pedi desculpas a ela, pelo ocorrido.
A peguei com muito jeito e carinho para não desintegrar-se nas minhas mãos.
Compadecido, a levei para o quintal da casa e, a coloquei num galho verde duma palmeira nova, a recobrar os sentidos.
Foi um sucesso o meu gesto: observei-a a abrir e fechar as asas normalmente e fiquei feliz!
Por certo alimentava bons pensamentos: seguir a sua bela trajetória pelo mundo, embelezar à vida!
Fique a conjecturar: talvez não a verei jamais...
Com certeza alçará novamente os seus voos de liberdade, a encantar as almas sensíveis e bondosa que a ver!
*Nemilson Vieira
Acadêmico Literário
(05:10:15)