UM AMOR DE PASSARINHO
*Uma bela história de amor entre um passarinho e uma jornalista*
Tornou-se politicamente incorreto, e de fato muito perverso, a criação de pássaros em cativeiro. Muita gente caindo na real e se conscientizando que nenhum ser vivo nasceu para viver aprisionado. Esse é o conceito que vem se firmando ao longo dos anos , contudo, há casos difíceis de se explicar. É o caso do Aparecido, Bico de lacre, Bombeirinho, também em algumas regiões chamado de Máscara vermelha que " adotou como mãe" há nove meses a jornalista Suely Moura. Ela é minha amiga e mora em São Luís.
Trata-se de uma verdadeira história de amor de difícil explicação. Se alguém a tiver , por favor me envie!
Se o Aparecido fosse um papagaio ou similar, não chamaria muita atenção, mas é uma minúscula espécie não ornamental que assim como o primo pardal vive em bandos. Nunca o vi em gaiolas, zoológico, ou comercializado como pássaro exótico. Vive é solto no mundo.
E o Aparecido? O Aparecido apareceu na vida da jornalista Suely Moura na Quarta-feira de Cinzas do ano passado. Havia ameaça de chuva e ventava muito. De repente um pequeno barulho chamou a atenção da jornalista, que morava sozinha. A princípio ela se assustou, mas ficou mais tranquila quando encontrou o passarinho mais assustado do que ela. Era um filhote, estava visivelmente debilitado. Surgia ali uma bonita história de amor mútuo.
A jornalista de pronto ligou para um amigo, entendido no assunto, que a orientou como cuidar do passarinho até que ganhasse forças para voar, enfim ir embora. A questão é essa. Ele, mesmo em liberdade , escolheu ficar ali. Acompanha toda a rotina doméstica da jornalista. Até mesmo nos momentos de leitura ele fica ali pertinho dela como quem estivesse lendo também. Ele a acorda e só dorme quando ela chega do trabalho. Uma relação de proteção mútua.
A jornalista garante que consegue conversar com o Aparecido. Sabe quando ele fica triste, quando zanga e quando quer carinho. E ela prova isso com pequenos registros da rotina dele. Parece gente, posso garantir depois dos vídeos que vi.
A jornalista Suely Moura me disse que o Aparecido é livre. Existe uma relação de amor entre ambos que ela não sabe explicar. Sabe que um dia ela vai chegar em casa e ele pode ter ganhado o mundo. Isso aconteceu um dia, mas ele voltou. Ela sabe o que sentiu nas poucas horas de ausência do amigo, companheiro e protetor Aparecido.