Éramos Seis…
A princípio éramos seis membros da academia de letras da nossa cidade a irmos ao evento em Brasília (DF).
Estava previsto a irem, quatro homens e duas mulheres nessa missão especial: homenagem ao escritor João Guimarães Rosas, no Plenário Ulisses Guimarães, Parlamento Brasileiro. Somente quatro confirmaram a presença.
A luta apareceu e mais um dos nossos, ficou pelo caminho e, restaram três.
A morte que vem para todos; não avisa o dia e nem a hora da chegada, entrou no negócio e a coisa desandou ainda mais. Houve choros, lamentos e sonhos desfeitos… O comandante, linha de frente, o nosso presidente, integrante da equipe, não pôde ir connosco. Ficou para tomar algumas providências, assistir, confortar os familiares do falecido cunhado.
Restaram somente dois: eu e o Vladimir (o baianinho).
Quanto ao nosso propósito de seguir adiante...
Surgiu o dilema "Iremos ou ficamos?" - Questão que me inquietou grandemente!
-- Para mim acabou! Avisou-me o caro colega Vladimir ao achar inviável a execução da viagem com duas pessoas somente.
Pela nobreza da missão e para não viver a reclamar o resto da vida o não cumprimento dum compromisso...
Ao estar comigo a decisão de continuar a marcha ou desistir...
Pensei: como é "para o bem de todos e felicidade da nação".
Se forem os anéis e ficarem os dedos, ainda importa.
Decidi a irmos caminhar um pouco mais no caminho que nos fora proposto!
Como “dois são melhores do que um...”
Às 5h30 da manhã saí de casa, rumo ao destino e fui abordado por um cidadão de quase dois metros de altura.
A princípio achei ser um assalto, mas não se tratava disso: o amigo vivia um momento delirante.
Tomava os meus pertences e os jogavam na rua; os recolhia.
Repetiu o gesto por várias vezes. Até me livrar duma vez dele e seguir o meu caminho na paz.
Fomos e viemos na graça de Deus; na certeza de que vencemos os obstáculos e cumprimos a nossa missão!
*Nemilson Vieira
Acadêmico Literário.
(16:09:17)