A música

Ponderei sobre a taça de vinho que estava entre meus dedos durante alguns minutos, enquanto mordia o lábio inferior e ouvia o retrô Frank Sinatra na caixinha JBL azul que repousava em minha mesa. O som que dela ressoava e vibrava cada fibra de madeira da mesa, florescia cada sentido de minha pele queimada da última ida a praia.

As músicas dão aos momentos toques especiais, pensei. Logo referenciei o meu filme preferido chamado "Mesmo se nada der certo", romance cuja história não possuía um final manjado como a maioria dos romances da nossa geração.

A música repercute de formas diferentes em cada ser, promove diferentes interpretações e divergentes relações. Talvez a música seja o caminho para melhores evoluções pessoais e mundiais. Transformar o sentimento em arte, como disse Projota, e fazer histórias tristes virarem melodia, como disse Charlie Brown Jr.

Com quantas decepções se faz uma boa música? Me perguntei isso e tentei procurar uma resposta durante alguns minutos, porém não obtive resultado.

Nesse momento começava a chover lá fora, os pingos que caiam do céu através daquelas luzes emanadas pelos raios, batiam no paralelepípedo do solo e fazia o bom e tranquilizante som da chuva. Talvez seja hora de dormir, pensei. Já sentia o peso do vinho que terminara de tomar minutos antes de começar a chuva, enquanto refletia sobre a resposta à minha repentina pergunta de sobriedade duvidosa.

Como dizia Elton John, a música possui o poder de cura. As luzes no fim do túnel são como as músicas para nossas mentes.

Natalia Barban
Enviado por Natalia Barban em 16/12/2020
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