Pagando pra ver ?
1. Tenho meus pintores e escultores preferidos. Cito-os, quase pondo-os em igual ordem de preferência. São eles: Giogtto (1266-1337); Michelangelo (1475-1564) e Leonardo da Vinci (1452-1519). Os três, como sabem, nasceram na Itália e na Itália morreram. Suas obras, encantadoras - nem precisava dizer -, pertencem ao patrimônio da humanidade. Ainda é possível admirá-las, visitando alguns dos maiores e mais famosos museus do mundo.
2. Michelangelo (Michelangelo di Lodovico Buornarroti Simoni) foi escultor, arquiteto, poeta e pintor. Estudiosos apontam Davi, o teto da Capela Sistina e a Pietá como as obras que o imortalizaram. Verdade: essas obras bastariam para eternizar o genial artista da Pietá.
Acrescentaria, porém, a estátua de Moisés. Todos se lembram que Miguel Angelo, ao concluí-la, radiante, tocou-a com seu martelo e disse: "Per ché non parli?" - "Por que não falas?" Tive a oportunidade de ver essas obras, pessoalmente.
3. Leonardo da Vinci (Leonardo di Ser Piero da Vinci) foi cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. Que currículo, heim? Um homem de extraordinária erudição. São dele A Última Ceia, o Salvator Mundi e a Mona Lisa. Três das centenas ou milhares de obras do criador do "retrato de uma dama" chamada La Gioconda, tema principal dessa crônica.
4. Gioto (Giotto di Bondone). Sobre esse pintor, tenho uma crônica repousando neste site. Basta procurar "De pastor a pintor" e o amigo leitor terá o que penso sobre Giotto, pintor de belíssimos afrescos contando a vida de São Francisco das Chagas, espalhados nas paredes da igreja do Poverello em Assis.
5. Sem querer ser cabotino, queria dizer que me deliciei com esses afrescos nas duas vezes que estive na cidade de Assis, a terra do Santo Pobrezinho. Pelo seu apego à figura de Francisco, usando seu prodigioso pincel para contar a vida desse santo milagroso, chamei-o em algum lugar o Pintor Seráfico.
Foi aluno do inconfundível Cimabue, a quem se atribui ter pintado o mais autêntico retrato de Francisco de Assis.
6. A Mona Lisa. Como disse, nas vezes que estive em Paris, visitei o Louvre. Antes de ver a exótica Vitória de Samotrácia e a Venus De Millus, na sua nudez plena, por Ivone, minha mulher, fui levado à sala da Mona Lisa, mesmo sabendo que até alcançá-la, com meus olhos em festa, teria que ultrapassar uma multidão. Mas para ver La Gioconda, valia o sacrifício. Ir a Paris e não ver a Mona Lisa é como ir a Roma e não ver o Papa, mormente se o papa é o Francisco.
7. Sem pressa, nessas visitas deu pra ver, de pertinho, a Mona Lisa. Considerei-me um sujeito privilegiado. Visitas inesquecíveis! Agora digo por que escrevo essa crônica sobre a Gioconda. Para comentar, embora de passagem, a notícia, cujo título é este: "Encontro 'tête-à-tête' com a Mona Lisa no Louvre está sendo leiloada - e pasmem! - para acertar as contas do Museu".
8. E prossegue a notícia veiculada pela UOL: "Em meio à pandemia e normas de distanciamento sendo cumpridas ao redor do mundo, o Louvre decidiu leiloar uma rara oportunidade... ficar frente a frente com a Mona Lisa". E mais: "Em dias normais, os visitantes observam a pintura a uma distância de três metros"
Por que tudo isso: Vem a explicação: "Com essas vendas, o museu espera conseguir equilibrar as contas, que somam uma perda de 576 milhões de reais, por causa - pasmem, mais uma vez! - da pandemia do coronavírus". É o virus da "gripezinha". Mas, pagar para ver a Mona Lisa? Além do ingresso, caríssimo, de acesso ao Louvre? Non! Non! S'il vous plaît!
9. Vi a Mona Lisa, se não estou enganado - não, não estou - quatro vezes. Minha opinião sobre ela, uma das maiores atrações de Paris, guardada em uma das salas do soberbo Louvre. Pedindo desculpas aos inflexíveis defensores da beleza da Mona Lisa, queria dizer que acho a Gioconda muito feinha. Sou ignorante? Sou, mas sincero. Não estou obrigado a achá-la um primor só porque ela foi retratada por Da Vinci.
10. Ela pode ter sido , para o Mestre de a Última Ceia uma formosa mulher. Respeito-o, portanto. E o aplaudo de pé. Permitam-me, porém, dizer o seguinte: imaginem o que sairia dos pinceis de Da Vinci se o Mestre de La Gioconda voltasse a este mundo e desse uma passadinha em Salvador, a terra de encantadoras mulheres.
Volta, Leonardo, e põe na tela o retrato de uma baiana. Verás, amigo, que, em pouco tempo, tua fama será interplanetária...
1. Tenho meus pintores e escultores preferidos. Cito-os, quase pondo-os em igual ordem de preferência. São eles: Giogtto (1266-1337); Michelangelo (1475-1564) e Leonardo da Vinci (1452-1519). Os três, como sabem, nasceram na Itália e na Itália morreram. Suas obras, encantadoras - nem precisava dizer -, pertencem ao patrimônio da humanidade. Ainda é possível admirá-las, visitando alguns dos maiores e mais famosos museus do mundo.
2. Michelangelo (Michelangelo di Lodovico Buornarroti Simoni) foi escultor, arquiteto, poeta e pintor. Estudiosos apontam Davi, o teto da Capela Sistina e a Pietá como as obras que o imortalizaram. Verdade: essas obras bastariam para eternizar o genial artista da Pietá.
Acrescentaria, porém, a estátua de Moisés. Todos se lembram que Miguel Angelo, ao concluí-la, radiante, tocou-a com seu martelo e disse: "Per ché non parli?" - "Por que não falas?" Tive a oportunidade de ver essas obras, pessoalmente.
3. Leonardo da Vinci (Leonardo di Ser Piero da Vinci) foi cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. Que currículo, heim? Um homem de extraordinária erudição. São dele A Última Ceia, o Salvator Mundi e a Mona Lisa. Três das centenas ou milhares de obras do criador do "retrato de uma dama" chamada La Gioconda, tema principal dessa crônica.
4. Gioto (Giotto di Bondone). Sobre esse pintor, tenho uma crônica repousando neste site. Basta procurar "De pastor a pintor" e o amigo leitor terá o que penso sobre Giotto, pintor de belíssimos afrescos contando a vida de São Francisco das Chagas, espalhados nas paredes da igreja do Poverello em Assis.
5. Sem querer ser cabotino, queria dizer que me deliciei com esses afrescos nas duas vezes que estive na cidade de Assis, a terra do Santo Pobrezinho. Pelo seu apego à figura de Francisco, usando seu prodigioso pincel para contar a vida desse santo milagroso, chamei-o em algum lugar o Pintor Seráfico.
Foi aluno do inconfundível Cimabue, a quem se atribui ter pintado o mais autêntico retrato de Francisco de Assis.
6. A Mona Lisa. Como disse, nas vezes que estive em Paris, visitei o Louvre. Antes de ver a exótica Vitória de Samotrácia e a Venus De Millus, na sua nudez plena, por Ivone, minha mulher, fui levado à sala da Mona Lisa, mesmo sabendo que até alcançá-la, com meus olhos em festa, teria que ultrapassar uma multidão. Mas para ver La Gioconda, valia o sacrifício. Ir a Paris e não ver a Mona Lisa é como ir a Roma e não ver o Papa, mormente se o papa é o Francisco.
7. Sem pressa, nessas visitas deu pra ver, de pertinho, a Mona Lisa. Considerei-me um sujeito privilegiado. Visitas inesquecíveis! Agora digo por que escrevo essa crônica sobre a Gioconda. Para comentar, embora de passagem, a notícia, cujo título é este: "Encontro 'tête-à-tête' com a Mona Lisa no Louvre está sendo leiloada - e pasmem! - para acertar as contas do Museu".
8. E prossegue a notícia veiculada pela UOL: "Em meio à pandemia e normas de distanciamento sendo cumpridas ao redor do mundo, o Louvre decidiu leiloar uma rara oportunidade... ficar frente a frente com a Mona Lisa". E mais: "Em dias normais, os visitantes observam a pintura a uma distância de três metros"
Por que tudo isso: Vem a explicação: "Com essas vendas, o museu espera conseguir equilibrar as contas, que somam uma perda de 576 milhões de reais, por causa - pasmem, mais uma vez! - da pandemia do coronavírus". É o virus da "gripezinha". Mas, pagar para ver a Mona Lisa? Além do ingresso, caríssimo, de acesso ao Louvre? Non! Non! S'il vous plaît!
9. Vi a Mona Lisa, se não estou enganado - não, não estou - quatro vezes. Minha opinião sobre ela, uma das maiores atrações de Paris, guardada em uma das salas do soberbo Louvre. Pedindo desculpas aos inflexíveis defensores da beleza da Mona Lisa, queria dizer que acho a Gioconda muito feinha. Sou ignorante? Sou, mas sincero. Não estou obrigado a achá-la um primor só porque ela foi retratada por Da Vinci.
10. Ela pode ter sido , para o Mestre de a Última Ceia uma formosa mulher. Respeito-o, portanto. E o aplaudo de pé. Permitam-me, porém, dizer o seguinte: imaginem o que sairia dos pinceis de Da Vinci se o Mestre de La Gioconda voltasse a este mundo e desse uma passadinha em Salvador, a terra de encantadoras mulheres.
Volta, Leonardo, e põe na tela o retrato de uma baiana. Verás, amigo, que, em pouco tempo, tua fama será interplanetária...