E as gotinhas, nada ? Não me conformo...
Tento manter a fé, sempre digo isto, mas tá complicado, perco o sono madrugadas à fora, rezo muito, quem sabe a minha fé deslanche e engrene, às vezes até funciona. Mas tem um problema, quando a fé começa a aparecer, nas missas televisivas), vêm os cânticos e quase todos ao estilo “Jesus tá chamando, tá voltando”, morro de medo só de pensar que posso ir também e me desconcentro. Minha fé desce ladeira abaixo, sem firmeza nenhuma, crença lomba abaixo, nos governos, na fé de que as pessoas estão ficando mais humanas, na fé que a vacina poderá, até, ser de gotinha (odeio injeção)...resumindo, sofro de cagaço constante (cheguei a sonhar com um cara de olho puxado correndo atrás de mim, com um agulhão). Esta coisa da China, só tomo se estiver estrebuchando, desencarnando, juro! Vão dar fincada na vó deles. Desde que esta peste invadiu o planeta, perdi a vontade de escrever, de mexer com minhas tintas, com a massa de papel, me desconheço. Mas não desisto, vou continuar rezando, sei que existe um Deus que, aos quarenta e oito e meio do segundo tempo, vai ajeitar a bagunça. Minha preocupação é em relação às seringas, agora falaram que falta matéria prima para a confecção, céus, e nada de gotinha, eu tomaria litros e litros goela abaixo. E se resolverem aceitar a sugestão de Itajaí em Santa Catarina, da jateada de ozônio lá por trás? Podia ser pelo nariz, pelo ouvido, pela boca, pela... deixa pra lá... mas esta forma catarinense – mesmo radical demais – já ajuda :( não tem fincada.
Mudando a prosa, agora, sem sono, passei os olhos pela lista de títulos das páginas iniciais do Recanto e senti que ainda existe muita bondade nas pessoas, não vi nada trágico, os textos ainda falam de amor, de romance, de saudade, senti que há solidariedade, que nem tudo está perdido e recebi uma lufada de esperança. Ainda vi pessoas que levam nosso drama mundial com certo humor, mesmo diante deste mar de melancolia que tentamos esconder, prova linda de compaixão, isto emociona, comove e abraça. Parabéns aos de boa vontade, aos que fazem rir (mesmo chorando por dentro). Carinho sempre e que venham minhas gotinhas... Beijo a todos. Saúde! Devo muitas visitas aos queridos colegas, mas aos poucos vou visitando as escrivaninhas.