Trabalho Ninguém Quer, Mas Emprego ...
A conversa da cidade - Joinville - é que a Polícia, depois de 45 dias de muita investigação, coletando provas e entrevistando testemunhas, flagrou e prendeu dois profissionais do serviço público que não trabalhavam, não atendiam o público que deveriam, e mesmo assim recebiam seus altos salários em dia e todo santo mês.
Me fez lembrar quando contrataram uma certa Doutora em Letras onde eu trabalhava e achei, "Wow! Nosso Núcleo de Idiomas vai aprender muitooo!!! Vamos trocar figurinhas! Oba!" Estava realmente sonhando alto como sempre.
Pois é ... a tal doutora nunca sentou conosco, nunca compartilhou seu expertise, nem um cafezinho se quer. Chegava na escola, dava sua aula e ia embora. É, fazia apenas aquilo que foi paga para fazer e pronto.
No meio do ano ... Surpresa!!! Ela se foi, sem avisar o nosso núcleo e até mesmo quem a contratou. Saudades? Hummm ... deixou muito 'trabalho' pendente, isso sim: correção de provas e lição de casa, preenchimento de dados e informação em papeladas sem fim, sem contar inúmeros alunos insatisfeitos, etc etc etc, nem mesmo o livro de ponto ela teve trabalho de assinar.
A distinta doutora ganhou seu peixe, um belo filé, mas quem arrumou a bagunça toda que ela deixou? Claro que eu e todas as professoras do Núcleo de Idiomas, sete no total. Quanta dor de cabeça, abacaxis, limões ... e shit.
O tempo foi passando e um dia dou de cara com a coluna da tal doutora no jornal mais lido da região. Confesso: a danada escreve bem pra caramba e virei fã. Aprendi muitas coisas através do trabalho dela como cronista durante um bom tempo, mas enquanto fomos colegas de trabalho, nunca sentamos juntas, nunca tomamos aquele cafezinho na sala dos professores, nem uma fofoquinha, nada de camaradagem, mas uma vez por semana, no aconchego da cozinha de casa enquanto tomava o meu sagrado chá Earl Grey, fui descobrindo coisas sobre ela nas histórias tão bacanas, interessantes e engraçadas que eram publicadas na sua coluna semanal. Ficamos, vamos dizer, intimas, sisters.
Não sei por que, mas a coluna deixou de ser publicada e nunca mais fiquei sabendo da Doutora Letrada até que um dia ... Sim! Esbarrei com ela no Supermercado BIG (Wal Mart para quem mora em SP) na Beira Rio!
Me aproximo dela ou não? Que dúvida cruel! Mas a vontade é grande e
acabo me aproximando e conversamos, mas percebi que a ficha dela não tinha caído. Falava comigo como se fosse fã! Ué, na verdade sou, mas fui colega, oras, e ela nem se lembrava. O papo foi tão agradável que até o marido dela participou. Pensei comigo mesma: WTF (What The Fuck = Deixa Pra Lá/Quer Saber? PQP!). Não vou falar da cagada toda que deixou para trás. Ela está totalmente em outra e super feliz não dando aula.
É lamentável ver profissionais assumindo cargos, recebendo altos salários e ainda por cima não cumprindo com suas responsabilidades.
Culpa de quem? Da platéia.
Por isso, faça justiça quando puder.
Se deixar para mais tarde, de nada adianta.
Pode acabar engasgando na revolta presa na garganta e enfartar.