À Nova Jerusalém
Por Nemilson Vieira (*)
Por aqui mais conhecido como João da Carroça, por trabalhar na condução e fabricação deste meio de transporte bastante antigo.
No seu sonho, era conduzido a um lugar além, por uma condução parecida a uma “carruagem”, nos seus vários formatos. — Ouvia até o barulho dos cascos do cavalo bonito que a puxava; como numa marcha triunfal; resoluto na sua missão. Pataco! Pataco! Pataco!
O carro e o seu condutor, seguiam muito acima das nuvens, numa autonomia de voo sem igual. Deslocaram-se dum plano inferior da terra e ganhavam as maiores alturas com muita rapidez!
Logo na saída deste mundo o seu João ainda se lembra bem, duma curva desfaçada que fizeram no espaço sideral, até nivelar o veículo de tração animal numa linha reta ao destino. — Igual uma aeronave num voo, após decolar.
Até que do nada, por baixo daquela condução celestial apareceu um animal semelhante a um cão raivoso, de cor amarelada que avançava seguidamente, aos seus pés.
A cada investida do bicho, João encolhia uma das pernas e a “fera” ficava para trás; sem chance alguma de toca-lhe.
A capacidade de deslocamento no tempo e no espaço, do carro que o conduzia superava a qualquer outra tentativa de o alcança-los.
Depois das vários avanços animalescas, em morder, impedir, puxar para si o passajeiro ilustre…
João propôs ao bicho nojento, feroz, nas suas invertidas contra ele para o abocanha-lo: — cachorro, pergunte ao cavalo para onde ele me leva?
Sabedor ou não, sobre o destino do seu João naquela viagem para lá de especial o personagem raivoso o atendeu, e perguntou: — cavalo para onde o vai a levar?
O “santo cavalo” sem interrupções na marcha, o respondeu no mesmo instante: eu conduzo-o à Nova Jerusalém de Cristo!
*Nemilson Vieira
Acadêmico Literário.
(05:04:19)