Nasci prematura, de sete meses, sete dias e às sete horas da manhã.  Numa época remota onde bebês prematuros raramente sobreviviam. Tanto que os médicos recomendavam que minha mãe não se apegasse muito à mim. Porque certamente morreria em breve. Fui extremamente frágil e fui acometida praticamente de todas as doenças infantis. Sobrevivi. E, então já contando com algumas décadas acumuladas, questionei um dos médicos que insistia em previsões nefastas. E, aí? Sou um milagre ou uma aberração? Ele riu, meio sem-graça. E disse que eu escapei a todas expectativas, previsões e estatísticas.  Talvez por isso, eu deveria escrever um manual de sobrevivência. Respirei fundo, expirei, livrei-me de todos os pensamentos e mergulhei fundo em minha alma. Traga de dentro de você, tudo que é bom... busque outras, cultive-as. Ame, como se fosse verbo intransitivo. Tenha empatia como se fosse um dever moral. E, seja sensível e, ao mesmo tempo, discreto, para não ser manipulado por oportunistas de ocasião. Tome cuidado, mas, se permita errar, e tentar novamente. Não desistir, nem esmorecer. Pense que a cada tentativa há mais uma oportunidade de aperfeiçoamento e entrega. Respire novamente, encha de oxigênio e esperança os pulmões. Porque os desafios serão superados e, os sobreviventes serão premiados com a perseverança. E com a capacidade de amar a poesia e os infinitos intrínsecos no mar profundo da existência humana. Seja o leão de sua selva.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/12/2020
Reeditado em 16/12/2020
Código do texto: T7136644
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