Escrever é Cortar
COMO está ficando difícil escrever. Sim, porque com a escalada da pandemia, o despreparo do governo na elaboração de um plano de vacinação, os absurdos e maus exemplos do presidente (é o único presidente que ainda não reconheceu a vitória de Biden), a demagogia e fisiologismo dos políticos, a confusão do judiciário, a omissão e alienação de parte da população, acomodada e com medo, ficamos apenas limitados a um samba de ma nota só. Um samba triste. Sei que podemos falar do amor nos temos do coronavírus, da fé, da esperança, até exagerar num otimismo babaca, tipo agro é tudo. Há também a possibilidade de cascatear lembranças, reminiscência s do tempo que a gente era feliz e não sabia, quando podíamos sair or aí asseando, sem destino, vagabundeando e aspirando o ar puro e batendo papo com os amigos e conhecidos. Esperemos, esperemos sentados pelas vacinas. Seja lá como for, mesmo que daqui a um ano elas cheguem e a gente, afinal, se imunize, nada será como antes. Infelizmente.
Mas continuemos escrevendo. Ou pelo menos tentando. Hoje no meu caderno de frases li uma de Juan Rulfo, saudoso escritor mexicano: "Escrever é cortar!". Bingo. Mas não consigo. Já tenteie nada feito. Daí a pobreza dos meus textos, as repetições, s adjetivos, s excessos, as redundâncias, a conversa mole, a conversa de tapioca mordeu beiju.Escrever é realmente cortar os excessos, é tornar o texto enxuto, claro, conciso. Admiro quem consegue. Admro e invejo. Uma inveja positiva. uro. Inté.