A DIFERENÇA DA VIDA

A minha andança pelas ruas da cidade leva-me a observar a vida alheia, ou melhor, a vida que cerca a sociedade – e, por conseguinte, a diferença entre a vida diurna e a vida noturna.

Já passei para estas páginas a dura vida das ‘meninas’, o problema ‘de onde fica o amor’, entre outros. Hoje relato a diferença entre o dia e a noite. Todos sabem que a maioria das minhas aulas está no período diurno (manhã) e durante o restante do dia estou livre. E nesse estar livre, ando pelas ruas da cidade a procura do vil metal perecível, mas necessário.

Nessas andanças notei a diferença, na mesma rua, do dia e da noite. O dia retrata uma rua movimentada, comercial. Cheia de carros a subir e descer; transeuntes na busca corrida do citado vil metal; homens comercializando de tudo um pouco: é a busca pela sobrevivência.

À noite o processo é outro, principalmente nos fins de semana – dias de sexta, sábado e domingo. A noite é outra – é sombria, é dos poetas, dos escritores, dos boêmios, dos que buscam viver a vida intensamente, dos transformistas, das ‘meninas da noite’, e de tantos outros que ficaria aqui a citar – mas vamos parte por parte: é o meu objetivo neste texto.

A começar pelos que tentam ser letrados: poetas e escritores – verdadeiros senhores da noite. Observam, degustam a noite e passam, posteriormente, a escrever as suas observações. Alguns realmente escrevem; outros (como eu), rabiscam. E nesses rabiscos muitas informações saem, muitas ‘poesias’... Já os boêmios – estes sim levam a vida ‘na flauta’! Os bares ao entardecer (somados ao restante da noite) fervilham! Como é bom este lado da vida!

Já os transformistas e ‘as meninas’ disputam espaços na mesma calçada. Os transformistas, por vez, elegantemente trajados (ou apenas em poucas e ousadas roupas – os mais audaciosos) buscam cada vez mais o seu espaço: e gostam de disputar, como dizem, palmo a palmo o seu espaço. Já ‘as meninas’ buscam seu espaço, mas são menos audaciosas – perante os transformistas são mais recatadas – se assim posso essa palavra. É a luta diária pela sobrevivência.

Nessa busca a rua diurna é completamente diferente da rua noturna – e com o chegar das altas horas – a rua fica assim: cheia de homens e mulheres que buscam o seu espaço – e, por conseguinte, a sua própria sobrevivência. Alguns nessa busca e outros a desfrutar dessa busca – gastando o vil metal. E eu a observar... Simplesmente a observar!

Prof. Pece

Araçatuba / SP

28/10/2007

Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 28/10/2007
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