Ela sempre ela

O destino à fez feliz. O verso à fez feliz. O coração à fez feliz. E chamava-se Cálida uma mulher forte e retamente reta. E não se casara jamais e resolveu ser fisioterapia e nutricionismo aos dezoito e aos vinte e cinco por conseguir. E tinha as melhores amigas e amigos dela chamada de Joaquina, Metáfora, Gentileza e Gastão. E os cinco passeavam de motos todos os finais de semana perto de casa. E os pais de Cálida avisavam a filha para se tomar cuidados na moto. E teve um dia em que ela bateu a moto contra um muro e foi parar na UTI de um hospital público e depois fora transmitido para um melhor um particular; e ela ficou em a perda de todos os movimentos menos da cabeça e comia e se alimentava, contudo sentia muitas dores lombares e musculares. Ela com trinta e três ficara sem o movimento dos membros. E começou a relatar suas memórias para a mãe digitar no computador ao lado da filha. E fez centenas de livros de autoria própria e o médico a autorizou a ficar num home care em seu lar. Duas enfermeiras cuidavam dela a cada doze horas e gastavam seis mil reais pagos pelo governo para tratar-se Cálida. E tomava dez remédios diários para não se sentir dor mesmo tetraplégica. Joaquina era psicóloga, Metáfora fora pedagoga, Gentileza fora vinicultora e Gastão cuidava da amiga doente dos movimentos. Cálida viveu décadas atrelada e entrevada numa cama hospitalar em casa. E contratou uma fisioterapeuta e um medica clinico geral para tratar-se ela. E Gastão se declarou a ela e eles dois se casaram em plena casa dela. Como forma de amor eles se beijavam todos os dias todas as horas. Não importava se iam ter relações sexuais e sim o amor de paz, alegria, felicidade e vencer. Ela começou a sentir pontadas na perna esquerda. Começou a voltar a andar aos poucos depois de cinco décadas cadeirante. E adotaram um animal que era a alegria da família. Hoje os pais dela não vivem, contudo está no céu a pátria celeste. E os quatro amigos e dela viveram com cem, cento e um, cento e dois e por fim Gastão com cento e doze sendo que Cálida morrera com cento e três. A virgindade dessa mulher era casta e honesta. E Cálida fora quieta quase a vida inteira mesmo quase o tempo inteiro adoentado. Com cem anos publicou seu último livro: as falas vêm do coração. E compôs treze músicas chamadas de: lírios e prosas, Rimando versos, Compondo amores, o Gentil homem. E quando fez o último soneto ela entregou sua alma a Deus e foi-se ao céu depois de passar pelo purgatório ficando lá um ano e meio. E sempre se confessava com seu sacerdote, contudo não conseguiu faltando quatro meses param se morrer. E tinha pecados leves que não impediu ela de se alcançar o céu por fim. Cálida quando antes do acidente era poliglota e sabia muito inglês, francês, italiano, espanhol e alemão nos anos antes do acidente. De cada sentido de que ela queria ter sido professora, mas não obteve sucesso. Ela foi uma libriana de coração puro, feliz e contente, bastando se crer sendo.

Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 12/12/2020
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