ANFÊMER(A)
Caio! Com um nome próprio masculino, me arrebento inteira. Sangrando por macho? Sim, mas não é um caio, é um cair. Não é um macho, são todos. Cair e levantar, e cair de novo, e levantar de novo, e cair, e… caio. No aval de se entender mulher pertencente de si. Eu mulher em mim, atravessando (em) fendas uma realidade ensanguentada, lavo, levo e sigo em chamas, dissecando corpos que apontam e dizem me gastar. Vingo pela causa de já ser, já estar. Vingo, mesmo que em mim, haja a loucura, mesmo que fora de mim, haja o perigo. Vingo. Aguento aos prantos, em momentos; aos sorrisos, em outros, e por dentro sangro. Bom, por fora também verto. Aguento numa abstinência absurda de mim. Uma abstinência disfarçada de cansaço. Do se procurar e não se ter. Do se precisar e não estar lá. Até quando? Até quando os meus braços não serão meus? Até quando o meu prazer não será pra mim? Até quando, em mim, não serei minha? Grito, às vezes. E sigo.