NÃO É NÃO

Tem sido divulgada com insistência a campanha onde se diz que quando a mulher fala "Não é Não", eu concordo, isso faz parte da educação que recebi, mas gostaria que o mesmo fosse dito aos vendedores, principalmente ambulantes.

Vou exemplificar algumas situações vividas por mim.

Um rapaz bateu em nossa porta oferecendo aipim, milho verde, quiabo, e outros vegetais que ele planta e vende, geralmente compramos dele, mas naquele dia, não me lembro por qual razão eu não iria comprar, expliquei meus motivos, mas ele respondeu indignado que eu sempre comprava, sempre comprava (e ainda compro, não tomei vergonha na cara), mas especificamente naquele dia não iria comprar, eu tenho este direito, não sou obrigado a comprar todas as vezes que ele passa na minha porta. Não é não!

Fui ao Zoológico com meu filho, nesta época tinha apenas o mais velho, e quando estávamos indo embora, um palhaço (cidadão vestido de palhaço, não estou ofendendo a classe profissional) ofereceu um brinquedo, era barato, mas o dinheiro que eu tinha levado já tinha acabado (pipoca, sorvete, alguns brinquedos pagos, refrigerante...), eu estava apenas com o cartão de débito (e ele apenas trabalhava com dinheiro), eu disse que não iria comprar naquele momento, mas o palhaço deu o brinquedo na mão do meu filho, eu simplesmente continuei andando com o menino e ele me disse que eu deveria pagar R$ 5,00. Eu disse que não iria pagar, pois não tinha o dinheiro e foi ele quem colocou o brinquedo na mão do meu filho, ele argumentou que geralmente os pais compram nesta situação e eu repeti, que não tinha dinheiro e que ele não poderia ter feito aquilo, e também que não iria tirar o brinquedo da mão do meu filho, no Zoológico ficam Guardas Municipais, e eu disse que iria chamar um os guardas para explicar a situação, foi quando saiu de perto de nós. Não é não!

Eu estava em uma sapataria, a vendedora me indicou um sapato, o mais caro que ela tinha na vitrine, mas o modelo não me agradou, educadamente tentei explicar que não era o meu estilo, que não era o tipo de sapato que gosto... ela insistiu tanto que eu tive que ser mais explícito "Este sapato é muito feio, eu não compro esta porcaria nunca!". Não é não!

Estacionei o carro em uma rua bem movimentada, aqui em Volta Redonda, um dos "guardadores de carro" se ofereceu para lavar o carro, expliquei que o veículo não era meu (realmente não era) e que o proprietário gosta de ele mesmo lavar o carro, e o rapaz insistindo para lavar o carro, minha vontade era chamar a Guarda Municipal ou Polícia Militar, ambas atuam na região, considerando que no local pagamos estacionamento rotativo para a Prefeitura, e a atividade do rapaz era ilegal, mas temendo encontrar o carro arranhado, apenas disse que deixaria para lavar quando eu estivesse no meu carro. Não é não!

Há uma instituição financeira que frequentemente me liga oferecendo empréstimo, sempre dou a mesma resposta, e eles insistem, sugerem que eu vá em sua loja (vou chamar assim) para conversar, mas no momento não quero obter o empréstimo, estou tentando viver sem ele. Não é não!

Baseado nestas e outras experiências, e só citei experiências minhas, poderia falar de amigos e conhecidos também, reafirmo que os vendedores também deveriam aprender que "Não é Não". E neste período que antecede o Natal, estes vendedores se multiplicam.

Gosto da música do Kid Abelha "Dizer Não É Dizer Sim", mas não se aplica na vida real.

Espero que os vendedores e outros insistentes aprendam, NÃO É NÃO!

Alcir Andrade
Enviado por Alcir Andrade em 09/12/2020
Reeditado em 09/12/2020
Código do texto: T7131573
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