O susto...

Por Airton Soares

Saiu mais cedo da faculdade. Cansado, preocupado com as obrigações que ainda tinha por fazer, caminhava a passos largos em direção ao estacionamento.

Deu partida no carro. De repente, sentiu a macieza cortante de um punhal em sua garganta.

"Passa toda a grana e nada de esperteza" – disse um dos mascarados "– nada temos a perder."

Sem nenhum puto no bolso, se aproveitou do momento e se valeu da política: negociar! Isso. Não havia outra saída!

Muito melhor o carro que o dinheiro. Aceitaram. Ainda se atreveu a fazer algumas recomendações:

Cuidado com o freio-de-mão! Olha a luz alta. Não funciona.

Livre da morte e dos mascarados, saiu liso com as mãos no bolso.

No dia seguinte, os mascarados tiveram a ousadia e a bondade de devolver seu carro em perfeito estado.

Confuso, perguntou:

Que é isso?

Os colegas da faculdade, tirando as máscaras, ensaiadamente, responderam:

PRIMEIRO DE ABRIL!