Acordei plugada no 220. Sonhei que tinha escalado o Monte Everest. Cansada como ando, só se for numa escalada “made in Paraguai”. Mentalmente, já faço um esforço sobre-humano pra escalar “uns montes”, e por falar nisso, aproveitando o espírito de Natal, monte a sua árvore, nem que seja a genealógica. 2020 veio de roupagem antiga e milita nos extremos de energia saturada, por pouco seria 220, mas foi salvo pelo zero, que decidiu ficar entre “os dois”, literalmente. Mas, como miséria pouca é bobagem, veio o serralheiro consertar o bem dito portão, depois de 12 dias após o pedido de urgência, sei lá, quando ele apontou no fim da estrada, o vi de toga, e simulei uma audiência. Como de praxe, o “juiz” abriu um prazo para “juntada de documentos “ que nesse caso, seria protelar o incômodo de, em meio às chuvas de dezembro, abrir e fechar o portão numa musculação simulada: empurra e puxa ferro! Mas como estou treinando o meu espírito de solidariedade, cheguei até a me oferecer para ajudar o “Valdir”, coitado, tão apertado nesse período do ano. Argumentação impecável a do dito cujo, tanto que cheguei a cogitar a possibilidade de pedir perdão por tê-lo incomodado, quem sabe o projeto fitness não desponte, logo aceitei as condições: volto depois do dia 20, esse serviço demanda tempo! Na ausência de sensibilidade na hermenêutica do Valdir, decido mudar a voltagem: 110 é suficiente! Respiro fundo, já que fez-me falta a formação alternativa em soldar ferros, apesar de vez ou outra “tomar alguns ferros”. Só falta dizer: bom dia, comunidade! E hoje é só terça-feira! Com carinha de sexta-feira, é claro, só que nunca!