Alma gêmea
Será que existe alma gêmea?
É uma dúvida que tenho há algum tempo, porque nos livros que leio, nos filmes que assisto, sempre há a ideia no ar de que você precisa achar essa pessoa para ser completo, ser plenamente feliz.
Todavia, realmente existe uma pessoa destinada a nós?
Será que eu vou encontrar a pessoa certa?
Será que eu já encontrei (e perdi) a pessoa certa?
Caramba, será?
Pensar em alma gêmea é algo complicado. É algo que faz a gente perder o sono, sabe? Ultimamente tenho pensado nisso – tenho me sentido muito solitária. Alma gêmea é algo sério. Não é um contatinho, um casinho, um namoro qualquer. É algo para valer. Essas duas palavrinhas causam um estrago, pois praticamente gritam na nossa cara que há apenas um ser no mundo todo, neste vasto mundo, que bate direitinho com a nossa personalidade, que não irá se assustar com os nossos defeitos, nos completa de uma forma real e que nos fará acreditar que o amor vale a pena.
É um pouco radical pensar assim, sabe? Já parou para pensar que é um pouquinho restritivo demais se apaixonar por a pessoa certa, que a gente espera encontrar, em todos os aspectos que isso cobre. É meio louco! Será que existe mesmo?
Não é culpa nossa essa obsessão. Desde cedo somos bombardeados com a ideia que todo mundo é metade de alguém e estamos tateando às cegas em busca dessa tampa para completar nossa panela. Nos filmes, as pessoas sempre encontram o seu par tão procurado. Duas pessoas, vivendo sua vida, de maneira mágica se esbarram e dão certo, assim, de forma tão rápida. Se tornam um só coração. Como ímas que se atraem, não importam os obstáculos.
Desculpe, mas parece surreal para mim que, mesmo com milhares de pessoas no mundo, em algum momento um vai se ligar ao outro e pronto, você sabe que aquela pessoa é o seu par perfeito.
É muito surreal.
O que complica é que a gente meio que não sabe como começar: eu vou atrás da minha alma gêmea – mesmo sem saber onde exatamente começar a procurar ou eu espero sentada, com uma taça de vinho, o destino trazer o meu futuro amor até mim?
Porque às vezes somos aquele tipo de pessoa que se dá bem com todo mundo, que se apaixona fácil e coleciona histórias de amor, que não duram até o tão aguardado final feliz. E aí? Não temos a pessoa certa? E se alguma dessas foi o amor da nossa vida e não durou a vida inteira?
Ou podemos ser aquele tipo de pessoa que o coração não bate forte por ninguém. E aí? O que garante que a pessoa certa vai conseguir fazer o nosso coraçãozinho bater mais rápido?
Viu? É complicado demais essa história de alma gêmea. A não ser que você seja uma mochileira corajosa e com tempo para sair no mundo a procura do par ideal, o amor verdadeiro parece mais difícil de achar que o pote de ouro no fim do arco-íris.
Infelizmente, não inventaram um detector de amor verdadeiro. A gente só vive a vida e torce que tudo dê certo no fim do dia. A certeza que há uma pessoa prontinha para viver um mundo de aventuras e sentimentos ao nosso lado nos traz um acalento ao coração. Contudo, não dá para largar tudo e ficar tentando identificar o ser tão especial em cada pessoa que cruza nosso caminho.
Eu não estou dizendo que não devemos procurar a nossa alma gêmea. Claro que devemos buscá-la. O que quero dizer é que não devemos fazer disso toda nosso único alvo. Não criemos expectativa. Deixemos que seja algo natural, que ocorrerá no momento que tiver que ser, sem pressa. Quando rolar, estaremos preparadas e simplesmente sentiremos.
E será mais forte do que tudo que sentimos até hoje. Eu acredito nisso, pelo menos. E deve ser!