Asssim Falou Tedros
PARA mim, depois do papa Francisco, a pessoa mais verdadeira e lúcida neste momento de pandemia, é o diretor geral da OMS, Tedros Adhanon Ghebreyesus. Sobre a finalização e distribuição das vacinas, ele afirmou que isso "nos dá tranquilidade, podemos começar a ver uma luz no fim do túnel". Mas fez uma advertência: "Mas a OMS está preocupada diante da crescente percepção de que a pandemia acabou". E completou: "A verdade é que nesses momentos, muitos países estão sofrendo uma alta transmissão do vírus, o que impõe uma enorme pressão nos hospitais, nas medidas intensivas (UTIs) e aos profissionais de saúde". Também alertou que os pobres correm o risco de serem "pisoteados" na corrida dos países ricos por uma vacina contra a Covid 19, e disse que ela deve ser um bem comum. Em uma cúpula virtual da ONU sobre a pandemia, ele considerou que existe sinais de avanço. Mas foi cauteloso: "Simplesmente não podemos aceitar um mundo no qual os pobres sejam pisoteados pelos ricos e poderosos na corrida pellas vacinas".
E fez uma consideração veemente:
"Esta é uma crise global e as soluções devem ser compartilhadas equitativamente como bens públicos globais. Não como matérias-primas privadas que aumentam as desigualdades e se tornam mais um motivo pelo qual algumas pessoas são deixadas para trás".
Foi ainda mais claro:
"Não existe vacina contra a pobreza, não existe vacina contra a fome. Não existe vacina contra as mudanças climáticas". Assim falou um líder sério. Inté.