Um dia novo
Brota um dia novo, nada de novo: lotam os ônibus, prenhes levam operários para as fábricas, onde desovam. Cabem, em coletivos rurais, aqueles que deixam a terra arroteada , sob o sol escaldante, pronta para a plantação, enquanto sua bóia esfria.
Esbarram-se nas calçadas os que buscam seus empregos, com os que buscam por um emprego.
Vida fácil confunde -se com vida difícil, e quartos de motéis contam que ainda existe o amor.
O menor preço é anunciado a alguém, com salário minguado, louco para comprar.
Um novo imposto é criado, e mais um benefício é tirado, e o ar se faz mais rarefeito, misturado com a poluição.
O suor de cada dia, molha a testa do padeiro, que tenta multiplicar o pão, pão que vai à mesa sentindo a falta do peixe, que não se multiplica, não.
Uma lua enche o céu com a noite, e todos invertem a direção, voltam para seu canto, e aguardam, de novo o sol, ou alguém a dizer...bom dia