Cavaquinho Pra Comer
Cueca virada, orelha de gato, grostoli, latugue, cavaquinho, calça rasgada ... tudo a mesma coisa e uma verdadeira delícia.
Aprendi a fazer cavaquinho com a minha sogra, Dona Zulma quando ela esteve em São Paulo em 1985 para conhecer o meu primogênito, Vinicius.
Quando fui pegar o caderno e caneta para anotar a receita, ela disse que era tão fácil que nem seria necessário. É tão fácil de fazer que até hoje a guardo de cabeça.
Minha sogra fez os cavaquinhos bem longos e grandes. Confesso que achei um exagero, mas ela respondeu: "São nove filhos, sendo seis meninos, não tinha tempo para detalhes. Se fizesse pequeno, comeriam uns dez. Fazendo assim, comiam dois ou três. Caprichava na produção, não na apresentação."
Ao contrário dela, sempre fiz cavaquinhos bem menores e delicados.
Depois que virei 'expert' em fazer cavaquinho, minha Mãe começou a pedir para fazer cavaquinho na época Natalina todos os anos. Ela gostava de servir cavaquinho no café da tarde do Grupo de Oração das Senhoras. Diferenciar um pouco, fugir do tradicional bolinho de chuva. Em São Paulo, cavaquinho (orelha de gato) não é tão popular como é aqui em Santa Catarina, principalmente em Joinville.
Já tem bem uns três anos que não botava as mãos na massa para fazer o cavaquinho da Dona Zulma.
Hoje, tirei um tempinho para matar a saudade.