TURBILHÃO


Eu me procurava e não encontrava a mulher aparente. Onde estarei se não vejo os rastros de minhas pegadas? Mergulhada em águas embaçadas elevo meus braços em busca de salvação! E quem eu sou? Não encontro nomes e nem codinomes para mil facetas que vivi. E hoje, só ficaram as questões sem respostas, vestígios de passagens disformes, densas e perturbadoras. Um movimento interior me leva a pensamentos que parecem fios enroscados numa miragem louca! Não me conheço e paradoxalmente me conheço em tantas respostas e nas mais devastadoras perguntas. De repente tenho a sensação de penetrar um mundo de claridades e fumaças que embaçam minha mente. Onde estou e para onde vou? E os outros me alcançarão? Alço voos pela dimensão do desconhecido e tenho medo de esbarrar nas minhas temerosas memórias, são mais das vezes, ignotas, e nem sei se são criadas, se reais ou ilusões passageiras. Nesse torvelinho de ideias, enlaçada por braços quentes que me acaloram o corpo, acordo sobressaltada.
Ah! Sabe desistir de vasculhar minhas memórias
Regina Barros Leal
Enviado por Regina Barros Leal em 01/12/2020
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