O Inicio
O inicio
Regina Barros Leal
Pós-graduação? Seminário de Integração! Que bom! Márcia gostava de realizar os encontros iniciais. Quase sempre é uma experiência diferente e inusitada. Um risco que valia a pena
Chega a sala de aula. Os alunos não a conheciam, pessoas de idades variadas. Uns calados, meio tímidos, outros conversando entre si, alguns lendo, outros de olhos atentos a professora que adentrara a sala com o coordenador, cadeiras vazias que aos poucos iam sendo ocupadas pelos retardatários.
O coordenador apresenta Márcia. Sempre gentil em sua apresentação o que a deixa feliz e confiante pela segurança depositada. Penso que já era a oitava turma da qual participava como facilitadora de grupo. Logo depois deixa a sala para atender a outros compromissos.
Bem, teria que iniciar o processo de intervenção. Como fazer? Sempre trabalhava através da comunicação grupal. Sentir o grupo, os olhares, o clima, a temperatura emocional. Rapidamente solicitou que trocassem de lugares. Durante uns 3 minutos fez esse pedido.
- Troquem de lugar, olhem os colegas. O que está ao seu lado. Cumprimentem. E assim começa a intervenção grupal, acompanhada da leitura do processo pela facilitadora.
Assim foi acontecendo: mãos que se cumprimentavam, a mudança de lugares acompanhada de risos e palavras de surpresa, desconfiança, ânimo e desânimo:
- Estou cansada. De novo trocar de lugar!
Durante 10 minutos exercitaram a troca e a conversa entre eles
Márcia solicita que voltem aos seus lugares. A partir daí inicia uma reflexão sobre a sociedade contemporânea, o afastamento das pessoas, a ausência de vínculos no trabalho, na universidade e, às vezes, até familiares; o tédio de alguns, as preocupações, o stress, a velocidade das mudanças, a necessidade de ser competente numa sociedade consumista e midiática. Foram reflexões várias.
Logo após promoveu a leitura em dupla de um texto sobre relacionamento humano. Um tempo de silencio e depois o debate fluía solto, leve. Os sorrisos apareceram nos rostos e a temperatura amena invadiu a sala de aula.
Debates sobre as conclusões
Em seguida o tempo da conversa solta sobre tantas coisas (recomendação de Márcia) para que não falassem de problemas e sim de amenidades. A Roda foi movimentava-se acompanhada do júbilo dos alunos e da surpresa do primeiro dia, ser aquele momento de encontro.
Outras vivências aconteciam trocar de par para conversar, a linha do tempo, o auto-retrato e finamente a apresentação do aluno entrevistado pelo colega. Belas expressões de surpresa diante do novo.
Valeu à pena
22 hs. Todos se olharam surpresas. E comentaram como a aula tinha sido rápida. O tempo passou e nem tinham percebido.
A facilitadora solicitou que viesse de coração aberto a próxima aula, porque tinha outros jogos e exercícios e, quem sabe, surpresas. O gancho da motivação.
Despediram-se com cumprimentos, abraços e apertos de mão. Os sorrisos se espalharam pela sala.
Mais uma vez, deu certo! Márcia respirou tranquila. Sempre há dúvidas sobre os aconteceres em sala de aula.
Saiu feliz.