Dezembros




Guardo a sete chaves as recordações de dezembro, porquê a minha mãe e o meu pai sempre festejaram os nossos dezembros, começavam a preparar a casa no mês de novembro com nova pintura nas paredes, da escolha das cores das tintas aos novos enfeites para a árvore de natal, renovavam algumas coisas de um modo geral na casa toda.

Às compras, dos brinquedos, tudo eles faziam para a filharada, a ceia de Natal, a missa do galo, as cestas para àqueles menos favorecidos que nós, alguns vinham de longe para receber, depois ao saírem os meus pais nos chamavam e explicavam o sentido maior de tudo que o Natal deveria representar.

Era tudo tão simples e de tanta beleza para a cabeça de uma criança, ficou marcado tamanha dedicação merece mesmo se eternizar assim aqui dentro, de encher os olhos de lágrimas de uma felicidade pura cheia de tanto amor.

Quanta animação com os seis filhos em volta deles, e nós os enchendo de  muitas perguntas e eles pacientemente respondiam a cada um de nós, ah nossos dezembros idos que hoje nessa nostalgia, o meu pai se foi, alguns irmãos também a ele se juntaram, e outras pessoas tão queridas que fizeram parte de nossas vidas.  

O Natal não perde o seu sentido jamais, formamos as nossas famílias, filhos, genros, nora e netos, porém àqueles dezembros nunca mais serão iguais. Especialmente este será diferente pela distância física das pessoas de extrema importância em nossas vidas.