RECORDAÇÕES DE CURITIBA
Uma página do Face Book tem o sugestivo nome de “Antigamente em Curitiba”. Nela, são publicadas fotos interessantes mostrando a Capital Paranaense dos tempos idos.
Vendo aquelas ruas pacatas tracejadas por trilhos de bonde juro que gostaria de encontrar a fórmula de voltar no tempo e caminhar pelos paralelepípedos do passado no meio de carroções e cavalos.
Imagino os arredores da cidade povoados por extensos pinheirais onde centenas de gralhas azuis plantam sementes e multiplicam o símbolo paranaense. As águas do Belém correndo límpidas e piscosas pelas pradarias até escoar no Iguaçu, em São José dos Pinhais. Imagino a paz e a tranquilidade que dominava a longínqua Colônia de Santa Felicidade com os italianos pisoteando uvas para fabricar o vinho.
Ah! Curitiba da Rua das Flores, da Rua do Fogo, da Rua Direita, da Rua do Comércio e das Estradas do Mato Grosso e Assungui. Curitiba da Rua da Cadeia, da Ratcliff, da Rua da Assembleia, da Rua Direita e do Tetro Hauer. Velha Curitiba gelada, inóspita. Curitiba dos banhados e dos sapos. Curitiba de Emiliano Perneta, Emílio de Menezes, Rocha Pombo. Chichorro Junior e Leocádio e Leôncio Correa. Curitiba dos carvoeiros e do profissional que limpava fossas e que tinha um apelido escatológico.
Pelas páginas do “Antigamente em Curitiba” consigo realizar o meu desejo. Olho uma foto, fecho os olhos e viajo nas leves asas do tempo. Percorro os campos do Portão e da Vila Hauer e quase que vejo o cacique Tindiquera enterrando sua lança e gritando “Coré-etuba, Coré-etuba”.