O Filho da Puta e o Politicamente Correto

De uns dias para cá me encasquei com o politicamente correto, depois de uma troca de mensagens com a amiga Érika Almeida. Ela colocou uma casca de banana, que por pouco escorrego: - O politicamente correto engessa. Tenho uma simpatia pelo tema por conta de seu viés civilizatório, assim como tenho afinidade ideológica com Érika. Precisava formular uma resposta óbvia para a minha amiga. Então chegou até a mim um vídeo muito bom em que Bolsonaro é chamado de filho da puta. É sim, concordei na hora. Em seguida o politicamente correto cutuca a minha consciência. Não, o buraco é mais em baixo, pensei. Um filho ou filha da puta não é necessariamente um pulha, um canalha. Ser puta ou puto, também não. As putas, feita as exceções de praxe, são dignas, merecem respeito. Sim Érika, o politicamente correto engessa nossa indignação, nos obriga a pensar bem sobre as consequências das palavras proferidas. Mas se queremos construir uma sociedade civilizada, não podemos nos nivelarmos com os canalhas. É o preço a pagar por nossa eterna vigilância. Bolsonaro não é um filho da puta. É um canalha, um cafajeste, um canastrão. Infelizmente tem seguidores.