RACISMO NO BRASIL EXISTE? - PERGUNTA QUE DEVE SER FEITA A PESSOA CERTA – SÓ QUEM JÁ CARPIU CONHECE O PESO DA ENXADA

O triste e lamentável fato ocorrido no Carrefour em Porto Alegre, que causou a morte de João Alberto, gerou manifestações de autoridades a nível nacional e outras. O negacionismo quanto ao racismo no Brasil entrou em tela. Alguns argumentam por sua inexistência. Pois bem! Salvo melhor Juízo, creio que o segredo da boa e consistente resposta a respeito da existência ou não do racismo no Brasil, está justamente em saber a quem perguntar. Se dirigirmos a pergunta a pessoa certa, com toda a certeza teremos uma resposta correta e irretocável. Vejamos:

- Se nós perguntarmos ao diretor de um Presídio se os presos estão sendo bem alimentados, certamente teremos como resposta que sim. No entanto, o melhor seria perguntar ao próprio preso, ele sim é que dará a resposta correta;

- Se nós perguntarmos ao dono da Banda se o baile foi bom, ele certamente dirá que sim. Mas o prudente seria pedir a alguém que esteve no Baile, com toda a certeza é dele que virá a melhor resposta;

Sendo assim, dentro desta mesma premissa, com o mesmo raciocínio lógico-dedutível, creio que a pergunta quanto à existência ou não de racismo no Brasil, da discriminação, deve ser dirigida as pessoas certas, exatamente aqueles que já sofreram ou sofrem as consequências no dia a dia. Certamente aí sim estaremos fazendo, dirigindo a pergunta às pessoas certas e, com toda certeza, é delas que também virá a resposta verdadeira, a mais justa e correta, eis que somente eles podem contar se já sofreram ou não às consequências do racismo e da discriminação. Pouco valerá fazer pergunta as pessoas erradas que nem sequer sabem, ou vive eventual dissabor. Como se diz: “Só quem já carpiu conhece o peso da enxada”.

Por oportuno, o Senado aprovou nesta quarta-feira (25) um projeto que prevê pena maior em caso de crimes cometidos por preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional ou orientação sexual. É sabido e acredita-se ser verdade que uma lei só é criada, nasce, quando se faz necessária, ao contrário, não teria sentido. Sendo assim, extraí-se sua necessidade.