Ser ela ser bela ser anela por ela

Com sessenta anos depois de quarenta e dois anos trabalhando ela se aposentou. Era formada em três faculdades de psicologia, pedagogia e língua portuguesa. Fizera mestrado em psicologia e doutorado em pedagogia e língua portuguesa. E tivera dois filhos e uma filha. Ela se chamava Adira e os filhos se chamavam de Eito, Sujeito e Anêmona. E Adira fora autodidata em escrever livros e correlatos. E ganhava dez mil reais por mês. O marido se chamava de Áureo um homem bom, honesto e meigo. Ela conseguiu comprar sua primeira casa própria com vinte e nove anos e quitou aos quarenta e dois concomitantemente. E deu para a filha a primeira boneca aos dois anos, para um filho um carrinho de brinquedo aos três e o outro menino deu um quebra-cabeça aos quatro, e os cinco eram felizes em se bem viver. Áureo comprou o primeiro carro próprio aos vinte usados, e Adira comprou vários livros param se ler e montou uma biblioteca particular com vinte mil livros em vários anos de literatura e autoajuda na área dela. E Áureo, Adira e Eito, Sujeito e Anêmona moraram na mesma casa por trinta e oito anos até cada um tomar o seu rumo e lugar. E Adira fora traída pelo e marido por causa de uma amiga do casal que frequentava a casa do casal por vários anos. E ela namorou o filho de quinze anos do casal e tinha dezenove ela e engravidou do rapaz. E acusou Áureo de ter dormido com ela e feito o filho, porém era inocente. Ele não traíra a esposa apenas essa amiga falsa ter inventado algo tão grave para comprometê-lo. E Áureo processou a menina por ter inventado algo sério e ela pagou três mil reais pelo erro cometido. E ela nunca mais aparecera na casa deles e criou o filho com o menino longe da casa dos avós. Adira sempre fora séria e comendativa, e gostava de andar de bicicleta todos os dias ao redor do bairro. Quando pum dia a mulher que foi processada apontou na frente de Adira uma arma de fogo calibre 38 e disparou três tiros contra ela. Atingiram dois disparos a cabeça e um o peito, e morrera na hora. E fugiu a mulher, e depois de três semanas ela se entregou a polícia e foi presa. Quando condenada ficou quatorze anos presa e jurou nunca mais fazer mal àquela família. E Áureo cuidou do netinho na ausência da mãe presa e ela era visitada por Sujeito todos os finais de semana todo o sábado. E em dez anos de bom comportamento ela foi liberta e conseguiu emprego numa livraria ganhando dois salários mínimos. E a guarda foi compartilhada entre pai e mãe do filho. O nome do filho era Gentílico, pois desde pequeno era muito gentil e bom e honesto e afinco. Áureo e Adira até o dia em que ela morreu foram felizes e ele se casara novamente com Avirá depois da morte da companheira. E tiveram mais dois filhos adotados pela alta idade de Avirá e, contudo foram felizes. No túmulo de Adira tem-se escrito o seguinte epitáfio: fora mulher, guerreira, batalhadora e venceu. Perdeu a vida na humanidade, todavia cresceu em paz a eternidade. E hoje está feliz no céu intercedendo por todos nós

Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 26/11/2020
Código do texto: T7121153
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