Tradições montadas - BVIW
Uma história sempre tem seus segredos, mistérios, truques, intencionalidade, tradições e culturas. Esse arranjo simbiótico suscita indagação e percepção quando o pensamento é bombardeado pela dúvida. A falta de certeza cria um festival de instabilidade, e o conto do vigário faz todo o sentido. É o caso do Halloween, por trás dos dias de gostosuras, a travessura ganha vida. O que começou com os Celtas na idade média, veio direto da vassoura do Tio Sam para o Brasil. A caça por guloseimas nada lembra o simbolismo da festa pagã, que era um ritual ao rei dos mortos. Nesse festival comemorava-se o excedente de comida após a época de colheita, por três dias, a partir do dia 31 de outubro. A fogueira era um dos símbolos mais marcantes, pois afastavam os espíritos. Por outro lado, atraíam os morcegos. Entre o Iluminismo e o mito da caverna, a ignorância ganhou força e a igreja católica era o gato preto. Naquele tempo, os líderes da igreja perseguiam às pessoas que comemoravam suas tradições e queimavam na fogueira, com o salvo-conduto de representantes de Deus. Parece até que Glauber Rocha, no filme, Deus e o Diabo na terra do sol, teve inspiração no dia das bruxas. Um confronto entre o bem e o mal pelos óculos de grau da religião. Por enquanto, vou contornar essa tradição, evitar os excessos de guloseimas e usar máscara na pandemia. Vai que a bruxa esteja à solta e o gato preto pisque para mim.