DARK: MAIS ESCURO QUE A VIDA

Nesta era de entretenimento os filmes/mercadorias oferecidos em vitrines digitais e transmitidos via streaming até nossos ecrãs, dariam um capítulo à parte no ensaio de Walter Benjamin, “A arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. E com certeza incontáveis aforismos de Guy Debord confirmando sua crítica à “Sociedade do Espetáculo”.

De fato, a ideologia do espetáculo, o progressivo empobrecimento e negação da vida real nadam de braçadas neste mundo assaz líquido, assaz digital, assaz espetaculoso.

Consideramos a série Dark, produção alemã da Netflix criada por Baran de Odar e Jantje Friese, creditada na categoria de ficção científica, mais que produto de consumo de descarte instantâneo, um trabalho artístico, artefato de duração e reflexão e como tal aberto à outras interpretações.

Por que um trabalho artístico? Pelo conjunto da obra, produção; direção; fotografia; interpretação e, principalmente, pelos temas abordados: metafísica; tempo; ficção científica; religião; sentido da vida; sofrimento, enfim, os dramas, angústias e perplexidades que nos acometem desde sempre.

Muitos são os fios de Ariadne que nos levam a passear neste labirinto simbólico, filosófico e psicológico da série, sem a certeza de alcançar a saída. Puxaremos o nosso fio. O pressuposto é que os leitores já tenham assistido Dark.


O lado escuro
A literatura e a filosofia, em todos os tempos, tematizaram o lado mais obscuro e incontornável da humanidade. O homem é uma mescla de temporal e eterno, fadado ao desespero e à ansiedade, constatou Kierkegaard.

Para Pascal a felicidade não é deste mundo e a situação humana é trágica. Somos estrangeiros da existência, seres finitos aspirando infinito, bradou Camus, antes de lascar a máxima que cabe muito bem em Dark: "nossa condição é o eterno retorno do absurdo".

O poeta T.S Eliot e o romancista Samuel Beckett cravaram a faca no peito da civilização ao desvelar a impossibilidade de comunicação essencial entre os homens.

Somos bárbaros em nossas relações com os outros, confirmou Edgar Morin. Dark é também uma metáfora da incomunicabilidade. Como o fluxo mental, as cenas e os diálogos são truncadas no espaço e no tempo. A amigável lei sucessiva do calendário foi abolida.

Mas além de Dark, a série tem seu lado Hard, duro, difícil de entender. Nós, os do lado externo do ecrã, se carentes da perspicácia de um, por exemplo, Sherlock Holmes, precisaremos de instrumentos para enfrentar o quebra-cabeças: bússolas; sextantes; tratados de hermenêutica e genealogia; esquadros; livros de Stephen Hawking, enfim, o que tivermos à mão.

Não entrarmos aqui nas tramas caleidoscópicas do enredo e na complexa árvore genealógica em tempos e mundos múltiplos. Meu tema é a condição humana, a doença a qual Clarice Lispector escreveu um dia estar sofrendo e que no tempo presente virou epidemia.


Pérolas da produção
A produção, presume-se, solicitou ao alquimista Ben Frost alguns acordes com a angústia destilada das tragédias de Sófocles, Eurípedes e Ésquilo. Resultou na música Tic-Tac, Tic-Tac, facada na alma, plangor gutural que parece sair da boca da caverna.

Se, na metafísica de Schopenhauer, a música expressa a essência íntima do mundo da natureza e por ela nossa imaginação dá forma aos espíritos cujas vozes nos falam, então voamos com elas ao infinito. É onde nos leva, por exemplo, It's happening again, de Agnes Obel, outra pérola da trilha sonora.

A caverna é um dos símbolos fortes da série, remete à ancestralidade, ao homem primitivo que assiste da greta o surdo topel de bisões atravessando a aurora e depois vai marcá-los em linhas nas paredes.

Remete também à caverna de Platão, das sombras na escura parede até um trânsfuga de liberar das cadeias e granjear o verdadeiro, o solar conhecimento platônico.

Em Dark a caverna é o portal para outras dimensões, o lado obscuro, locus do desconhecido, do apavorante, mas evoca também futuro, mistério e as possibilidades da ciência. Nela o Buraco de Minhoca, entre a Física e a imaginação, aguarda quieto os cidadãos de Widen para transportá-los a outros tempos e lugares.

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Chove torrencialmente em Winden e mesmo em dias azuis os pássaros não cantam nas matas, eles caem do céu, fulminados pela irradiação. A beleza do lago não suscita afetos de alegria em Tronte.

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Eu gosto daqui, é tão desolado.

A usina nuclear, fumegante em duas redondas torres, é personagem da série, gênese de apocalipses, gerou o Buraco de Minhoca, o elo entre tempos e mundos paralelos. O pisca-pisca constante das luzes nas casas, revela avarias nas instalações, a rebeldia das partículas subatômicas aos controles da fissão. A radioativa espada de Dâmocles pode destruir o mundo a qualquer momento.

Um mundo sem Winden
Em Winden ninguém é feliz. Na pequena cidade isolada do mundo e encravada em sombrias matas no interior da Alemanha não existe lugar para a felicidade. Cenário perfeito para a tragédia grega da era quântica.
Nela habitam pessoas em permanente busca, pessoas tristes e angustiadas, atribuladas, pessoas humanas, demasiadamente humanas.
Nos diálogos e monólogos os personagens externalizam estas misérias internas, as crises existenciais, o desconforto vital.


- Como as pessoas não entram em colapso com a futilidade da própria existência?
- Ninguém é confiável, você não precisa de ninguém, só precisa de si mesmo
- Não acredito em inferno. O inferno é o que fazemos aqui na terra
- A vida é uma espiral de dor


Não fosse o desaparecimento de crianças a deflagrar a triste saga dos Kahnwald, Nielsen, Doppler e Tiedemann, outra tragédia qualquer iria abalar a vida destas famílias.
Na cena final da série, Regina, uma das sobreviventes dos dois mundos, propõe um brinde aos presentes: “se o mundo acabasse hoje o que vocês desejariam?”. Consenso: "outro mundo sem Winden". Mas ninguém muda o destino.


- Winden é como um buraco negro, você entra e nunca mais sai.

Como nas tragédias literárias, em Dark os personagens são arrebatados pelos desencontros do amor. Jonas viaja no tempo para evitar o suicídio do pai; durante longos 36 anos Cláudia estuda os dois mundos para tentar salvar a filha Regina de morrer de câncer; Ulrich salta de 1986 para 1953 e espera 33 anos para reencontrar o filho, o que acontece em cena emocionante; o relojoeiro Tannhaus constrói a máquina do tempo para tentar ressuscitas a família morta em acidente automobilístico; Noah atravessa tempo e mundos atrás da filha; o amor de Jonas e Martha, entrecortado no tempo e em dois mundos é regido pela dor e a irrealidade da Matrix.

Epifanias evanescentes

- O conhecimento é uma gota, a ignorância um oceano... somos andarilhos da escuridão - Adam

O conhecimento é uma ilha, desconhecido é o oceano - confirma o prospector de infinitos Marcelo Gleiser, em concordância metafórica.

Sim, evoluímos muito desde Hipátia, a astróloga de Alexandria do século IV, assassinada por uma turba de cristãos. Ela mapeava o cosmos a olho nu.

Mas pouco sabemos do espaço sem fim; dos buracos negros; do mundo quântico, sobre a origem da vida, do cérebro... Ansiamos pela teoria de tudo, muito bem guardada nos insondáveis sítios do Absoluto.

Em Dark nos deparamos com a enigmática e extra-terrestre matéria escura, olho do cosmos, bola fosco/luminosa, máquina do tempo natural à disposição dos viajantes.

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Na literatura incontáveis são os relatos de visões que lograram o conhecimento epifânico da totalidade; de desvelamento de todos os mistérios. É como se Deus de forma fugaz concedesse a poucos escolhidos todo seu segredo, mas estes, inaptos para o infinito e avessos ao excesso de realidade, desaproveitam as raras oportunidades.

Foi o caso de Borges, em 1941, quando o espaçoso poeta italiano Carlos Argentino, primo irmão de sua falecida amada, o convidou para ver o Aleph entre os degraus do porão da casa na rua Garay, Buenos Aires. “Há o mundo no meu porão”, asseverou Argentino.

E de fato havia. Borges se deparou com uma esfera reluzente, furta-cor, de 3 cm de diâmetro, que chamou de aleph, e dentro dela, num “instante gigantesco”, viu, de forma simultânea, todo o espaço cósmico, todas as coisas da terra, incluindo cada grão de areia dos desertos.

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Senti infinita veneração e infinita lástima – revelou Borges aos leitores.

Infinita veneração sim, Deus lhe concedera o atributo divino da onisciência. Infinita lástima ao se deparar com tanta maldade. Por alguns dias sofreu vertigens, até o esquecimento, este bom companheiro, o desvencilhar aos poucos, do peso da totalidade.

O poeta Carlos Drummond viveu experiência similar, 10 anos depois, em 1951. Num fim de tarde, andando por estradas pedregosas de Minas, a Máquina do Mundo se entreabriu de repente, majestosa, etérea para ele. A mesma que no século XVI, na Ilha dos Amores, se mostrou breve ao assombrado Vasco da Gama, segundo relato poético de Camões.

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O que é a máquina do mundo? É o Engenho divino; é o mistério revelado; a verdade de tudo e a morte das teorias. Nela se vê o que de fato é.

Infelizmente naquela tarde, Drummond, açoitado pela depressão da existência, preferiu palmilhar a pedregosa estrada a aceder à porteira aberta ao “pasto inédito da natureza mítica das coisas”.

Perdemos nós a humanidade, fadados à eterna condição de dessaber o essencial, que nos atordoa e nos faz infelizes: de onde viemos para onde vamos e por que estamos aqui. Perdemos de nos libertar dos limítrofes da gota e da ilha para mergulhar no faustoso conhecimento oceânico.

Outra famosa epifania ocorreu ao meio-dia de agosto de 1881, numa vereda dos esplêndidos bosques de Silvaplana na Suíça.
Mas desta vez sem aparição alguma. Naquele exato instante caiu na mente de Nietzsche, provavelmente da gaveta helênica do seu inconsciente, a idéia de Eterno Retorno. Sim, os gregos a conceberam, mas o filósofo andarilho tratou como sua: "O imortal instante em que criei o Eterno Retorno e por este instante suporto o Regresso", registrou para a eternidade.

De acordo com o especialista em Nietzsche, Roberto Machado, a "doutrina" do Eterno Retorno descrita no livro “Assim Falou Zaratustra”, guarda dois aspectos. O cosmológico e o ético.

O primeiro afirma os ciclos infinitos. Estaremos determinados a repetir nossas vidas, nos mínimos detalhes, por toda eternidade. "A eterna ampulheta da vida será invertida sem descanso, e tu com ela, ínfima poeira das poeiras!” - escreveu Nietzsche no livro Gaia Ciência.

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Trata-se de uma hipótese absurda, uma "mentira poética". Até o "matemático" Jorge Luis Borges despendeu energia encefálica em complicadas estatísticas atômicas para refutá-la.

É no aspecto ético que reside a grandeza do conceito. Significa viver com intensidade cada instante como se ele fosse de fato se repetir eternamente, “foi assim? assim eu quis”, “era isto a vida? pois bem, outra vida”. A afirmação jubilatória de cada detalhe de nosso destino, Nietzsche chamou de “Amor Fati”.

Mas em Dark o Eterno Retorno é cosmológico. Os dois mundos criados por Tannhaus se repetem ad nauseam

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O futuro é o fim e o fim é o começo - Noah

Ao contrário dos ensinamentos de Nietzsche, os cidadãos de Winden não estavam satisfeitos com os ciclos eternos de suas sofríveis vidas. Os viajantes do Sic Mundus Creatus Est liderados por Adam, em momentos de ufanismo divino chegaram a profetizar a criação de um mundo novo.

Sem tempo

- Um paraíso onde seríamos livres de nossa dor - Adam

Sem Deus
- Se Deus é uma mentira, por que os homens acreditam nele? - Jonas
- Porque eles preferem a mentira que a dor - Noah

O Tempo que nos escapa

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O “tempo” é ponto de divergência entre o Zaratustra de Nietzsche e os integrantes da Sic Mundus. Enquanto o primeiro deseja valorizá-lo afirmando a vida mesmo em seu aspecto temporal e trágico, para os segundos, o tempo é o inimigo a ser eliminado, ou melhor, controlado.
- o tempo não tem misericórdia. Nós nascemos e a nossa vida já está correndo como os grãos desta ampulheta - Adam

Não deu certo a guerra contra ele, fora do tempo só a (fatigada) eternidade, que Platão e o cristianismo inventaram como troféu para compensar os sofrimentos da passagem (Nietzsche).

O tempo, o velho e mais vital problema da humanidade, é o tema central da série. Se “nada é dizível” como insistia Beckett, que dirá o tempo. Santo Agostinho sabia disto desde o século IV. Em suas “Confissões” ele proferiu a insuperável frase: “Se ninguém me pergunta, eu o sei, mas se me perguntarem, e quero explicar, não sei mais nada”.
Por que? Porque o tempo está dentro de nós, somos imanência temporal.


- O tempo está sempre com você, onde quer que você vá, você carrega ele consigo, e ele carrega você, e vê e ouve tudo que você faz ou fala – Adam.

Como os peixes imersos na água não percebem o meio em que vivem, nós nadamos no tempo, não podemos erguer a cabeça fora dele para entendê- lo, apenas senti-lo. A poesia, neste caso é mais “dizível” que a filosofia: “O tempo é um rio que me arrebata, mas eu sou o rio/é um tigre que me destroça, mas eu sou o tigre/é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo (Borges).

Os viajantes do Sic Mundus Creatus Est
A “máquina do tempo” e seus usos, é um artefato que povoa desde sempre nossos sonhos. Um objeto de desejo bem guardado na imaginação de cada um de nós. Quem não lembra o livro de G.H. Welles, de 1885 “A Máquina do Tempo” ou pelo menos as várias versões dos filmes, baseados no livro, a última de 2002?

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Nesta o viajante é um atribulado cientista, Alexander, que por amor supera os limitados recursos da física no século XIX e constrói uma “máquina” para tentar mudar o passado e trazer de volta sua Emma, morta em trágico acidente em New York.

Após várias tentativas não logra sucesso, pois ela acaba morrendo sempre, de outras formas. Inconformado o viajante acelerou a máquina para buscar respostas no futuro. Foi parar no ano 802.701...e ainda havia vida na terra!

Sim, mas numa distopia cavalar. A humanidade dividida em duas raças, os Morlock e os Eloi, os primeiros, bárbaros dos subterrâneos, avessos ao sol, canibalizando os de cima, os indefesos Eloi. Wells profetizou o mundo dos zumbis que povoam a ficção contemporânea.

A série Dark é um intertexto a dialogar com saberes ficcionais e tradicionais da cultura universal. Inclusive com G.H. Wells. O homônimo G.H. Tannhaus, também constrói uma máquina para tentar salvar da morte o filho, nora e neta. Sua aventura individual acaba tendo final feliz, mas a um custo elevado demais, por acidente cria dois mundos habitados por pessoas infelizes, uma tragédia humana em múltiplos tempos e dimensões. A tragédia Dark.

A série não satisfaz a humana curiosidade de prospectar o futuro. Não nos diz, por exemplo, sobre o estágio da tecnologia em 2053, se de fato avançamos para o pós-humanismo e vencemos a morte, ou como estaremos na irreversível e sombria derrocada ambiental.

Os viajantes do tempo de Dark não têm olhos nem curiosidade para as mutações da realidade externa, absortos que estão em dramas psicológicos e existenciais internos de perda, de busca, de traição, de ansiedade.


Mundos que se desmancham no ar
No último episódio a cena de Martha e Jonas - ápice da série - desaparecendo em evanescente rastro de pó dourado, ao som de uma versão primorosa de What Wonderful World, o mundo maravilhoso que nunca foi o deles.

Eles voltaram ao ano de 1971 para evitar a morte dos parentes de Tannhaus, motivo que levou o desesperado relojoeiro a inventar a máquina do tempo e criar os dois mundos. Cumpriram a missão, sabiam e aguardavam o preço.


- Acha que sobrará alguma coisa de nós? Nunca existimos de verdade? - Pergunta a assustada Martha no último diálogo do casal.

- Somos um par perfeito, nunca duvide disto – consola Jonas, reiterando um amor que se dissipa no nada.

A música de Louis Armstrong é longa o suficiente para acompanhar a despedida de todos os personagens dos dois mundos, um a um eles vão sumindo...

Na cena derradeira da série, já no mundo original, os personagens remanescentes dos dois mundos são recepcionados na casa de Hannah, à espera um bebê. Dará a ele o nome de Jonas.

-
Tive um déjà-vu - disse ela ao ver pendurada uma japona amarela, igual a de Jonas. Resquícios quânticos dos mundos deletados.
E continuou relatando o sonho da noite anterior, que a luz estava piscando e seguiu um estrondo e tudo ficou escuro. Era o fim do mundo, “estranha sensação de alívio”, ficar livre de compromissos e do tempo:

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Nem ontem, nem hoje, nem amanhã, nada.

Alívio que sentimos no instante que precede a morte, quando estaremos livres do triste hábito de ser alguém e do peso do universo (Borges).

As palavras de Adam, proferidas capítulos atrás, reverberam:

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Eu finalmente descobri o que é o paraíso de verdade: escuridão eterna, onde nada existe...e o mundo deve acabar... a morte é incompreensível precisamos fazer as pazes com ela.

Thanatos, o filho da noite, inimigo dos mortais, exulta no Hades.

Na última entrevista Freud confirmou a humana pulsão de morte: “o objetivo derradeiro da vida é sua própria extinção”.
Alma, mente e carcaça se acabando juntos. (Borges)
Dark demais.


P.S.
Citado acima Nietzsche exigiu direito de resposta. Discorda ele da alma do artigo, de seu desfecho niilista. Sim, o niilista passivo é aquele que descrê em tudo, das esperanças celestes e terrenas. O paraíso, salienta ele, ao contrário de Adam e de Deus, não é a eternidade da escuridão ou da luz. O paraíso que nos resta temos que procurar no tempo de que somos feitos. Como? afirmando o instante e vivendo com intensidade, rindo desmedidamente como Zaratrusta e aprendendo a dançar com as estrelas.

Autores:
Dado Pieczarcka (@dadopieczarcka)
Luiz Cezare Vieira




 
luiz cezare vieira
Enviado por luiz cezare vieira em 18/11/2020
Reeditado em 19/11/2020
Código do texto: T7114510
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