LAÇOS DE CIFRAS (BVIW)
Poderia ser ficção, era real. Ouvir a mãe orientando a filha de apenas seis anos, idade do meu filho na ocasião, me deixou perplexa, exasperada, algo do tipo. A criança deveria se aproximar do novo coleguinha, cujo pai viera para a cidade ocupar o cargo de diretor em uma grande companhia. A mulher sabia que o menino frequentava o Boliche no alto do teleférico, e o pai praticava squash, entre outros detalhes. Não era possível acreditar no que ouvia! Apertei o botão 2 do umbrático, fugi daquela cena mais surreal que as obras oníricas de Dali. E me vi dentro das páginas de “Orgulho e Preconceito”, quando os casamentos serviam como tábuas de salvação para as famílias falidas. Um bom partido era a certeza da solução em dias de fartura, e livres de dívidas.
A primeira vez que li esse livro de Jane Austen, me incomodou saber que o amor não era a principal razão do enlace. No meu entendimento, matrimônio nunca deveria ser por interesses da família. Casamento por amor. Negócios sim, por dinheiro. Tinha essa convicção. Como conviver com uma pessoa apenas para a manter questões financeiras? Porque se tendo amor, há lá suas dificuldades, sem ele, Deus me defenda! Para meu consolo, Lizzy, a personagem, tinha o espírito livre, era de temperamento forte e determinado, e a boa dose de orgulho que corria em suas veias, a salvou da união forçada. Só aceitando envolver-se com o pretendido por ter se apaixonado, e porque Sr. Darci se lavou do preconceito na paixão que nutria por ela. Sorte do casal!
Quanto à criança, do início desta crônica, doutrinada no jogo de interesses, trocando sentimentos por cifras, a mãe parecia a madrasta da Cinderela ensinando da pior forma a filha a se dar bem. Escolher pelo o que se tem, não pelo o que se é. Triste. Apiedei-me do futuro da menina, e torci, para que ela, quando na idade da lógica, se tornasse independente em ideias e finanças. Dona das próprias escolhas, se comportasse como a Lizzy, que não se rebaixou, conquistou seu espaço, deu voz à sua vontade. Que a menina, hoje, com vinte e um anos, não precise unir-se a alguém, cujo laço não seja de amor.
Tema proposto: "Foi um livro que passou em minha vida.
A primeira vez que li esse livro de Jane Austen, me incomodou saber que o amor não era a principal razão do enlace. No meu entendimento, matrimônio nunca deveria ser por interesses da família. Casamento por amor. Negócios sim, por dinheiro. Tinha essa convicção. Como conviver com uma pessoa apenas para a manter questões financeiras? Porque se tendo amor, há lá suas dificuldades, sem ele, Deus me defenda! Para meu consolo, Lizzy, a personagem, tinha o espírito livre, era de temperamento forte e determinado, e a boa dose de orgulho que corria em suas veias, a salvou da união forçada. Só aceitando envolver-se com o pretendido por ter se apaixonado, e porque Sr. Darci se lavou do preconceito na paixão que nutria por ela. Sorte do casal!
Quanto à criança, do início desta crônica, doutrinada no jogo de interesses, trocando sentimentos por cifras, a mãe parecia a madrasta da Cinderela ensinando da pior forma a filha a se dar bem. Escolher pelo o que se tem, não pelo o que se é. Triste. Apiedei-me do futuro da menina, e torci, para que ela, quando na idade da lógica, se tornasse independente em ideias e finanças. Dona das próprias escolhas, se comportasse como a Lizzy, que não se rebaixou, conquistou seu espaço, deu voz à sua vontade. Que a menina, hoje, com vinte e um anos, não precise unir-se a alguém, cujo laço não seja de amor.
Tema proposto: "Foi um livro que passou em minha vida.