E SE? E QUANDO?
Muito tempo é gasto pensando e lamentado no E SE e no E QUANDO, enquanto isso a vida passa e as coisas acontecem continuamente. Um diz; e se eu tivesse nascido em uma família rica a minha situação seria diferente, mas, e quando sobrar algum dinheiro vou começar a investir para melhorar de vida. Um outro também diz; e se os meus pais tivessem me dado mais amor durante a minha infância eu teria mais equilíbrio emocionalmente no relacionamento, todavia, e quando eu encontrar o amor da minha vida serei uma pessoa mais equilibrada. O próximo lamenta, e se eu não tivesse conhecido as drogas e os outros traumas na menoridade eu seria um outro homem, porém, e quando eu voltar novamente para o centro de recuperação não irei fugir de lá outra vez. Depois, mais um completa, e se na minha adolescência meus pais tivessem me colocado em uma escola melhor eu teria feito uma faculdade, no entanto, e quando meus filhos crescerem e sobrar mais tempo voltarei para a escola novamente. Agora, outro esbraveja; e se durante o início da vida adulta eu não tivesse sofrido aqueles graves preconceitos que tiram a melhor oportunidade da minha vida eu era mais independente, contudo, e quando as pessoas me pedirem perdão pelas destruições que causaram na minha vida, me tornarei uma pessoa mais grata e feliz.
Do nascimento até a vida adulta as histórias são recheadas de SE e também de QUANDO, isto é, a vida totalmente condicionada ao passado que não aconteceu, e a um futuro que nunca chega. Em outro momento, um novo falante grita; se os ricos não fossem tão gananciosos e doassem parte das suas riquezas não teria tanta miséria no mundo, mas, e quando eu me tornar um milionário irei ajudar muitas pessoas. Então um ouvinte pondera; e se o governo cobrasse mais impostos dos ricos teria mais dinheiro para nós, contudo, e quando eu abrir a minha empresa quero que o governo cobre menos impostos para que eu consiga dar mais emprego para as pessoas. Logo em seguida outras pessoas dizem em coro; e se os políticos não roubassem o dinheiro público teria mais verbas para a educação e para a saúde, todavia, e quando chegar a próxima eleição vou votar naquele candidato menos pior, que rouba, mas ajuda os pobres. Depois chega mais um outro dizendo; se eu passasse num concurso público a minha vida profissional teria mais estabilidade, contudo, e quando o político que apoio for eleito vai me dar aquele cargo público com um bom salário e as minhas folgas merecidas.
Enfim, o tempo passa até que chega a velhice, e dessa vez um aposentado reclama; se eu tivesse feito uma aposentadoria privada teria dinheiro extra para comprar remédios e para passear, mas, e quando eu morrer quero um lugar no céu para compensar a vida dura que tive aqui nesse mundo. Então, outro idoso continua; se eu tivesse cuidado da minha alimentação e realizado atividades físicas durante a minha vida, hoje poderia desfrutar do tempo livre que tenho, porém, agora não há mais “QUANDO´s, e nem os SI´s”, ambos já se foram.
Livrodeunicapagina 17/11/20 SIGA no FACEBOOK e INSTAGRAM
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