FUI VOTAR
FUI VOTAR
Após 52 anos, pela primeira vez senti prazer em ir votar. Como completei 70 anos, o ir votar foi uma decisão minha, já que pela idade tal ação seria facultativa. Como alardeia-se por aqui que vivemos em um regime democrático, a obrigatoriedade do voto, para mim, foi, é e será sempre uma aberração. A consciência da importância do voto, não se dá na imposição, antidemocrática, da obrigatoriedade, mas sim, na adoção de uma política educacional de qualidade que permita à maioria fazer escolhas e responsabilizar-se por elas, respeitando resultados que sejam adversos a suas opções. O candidato que sufraguei não irá ao segundo turno, mas isso faz parte do contexto, assim cabe-me respeitar as seleções, optando agora por uma das alternativas disponíveis. Já passou da hora da necessidade de dar responsabilidade aos indivíduos e parar de tutelar suas escolhas, com a desculpa de que a sociedade não está pronta para esses desafios. Nada mudará, enquanto a prioridade não for um ensino de qualidade, que instrua as pessoas desde a mais tenra idade, para que quando necessário, saiba no mínimo, ler e interpretar um texto, fazer as quatro operações e assim votar com consciência coletiva.