CRISE FINANCEIRA
CRISE FINANCEIRA
“ Entrega-te a fé em Deus, medita sobre onde vais. Come pouco, estuda e serve, fala menos e ouve mais.”(Cornélio Pires).
Se não bastasse o fechamento de colégios tradicionais em todo Brasil, a crise agora se direciona as faculdades particulares, visto que as públicas já estão em estado letárgico há muito tempo. A crise que tem levado as escolas de Fortaleza, do Ceará e do Brasil a cerrarem suas portas, pode chegar ao ensino universitário ou ensino superior. A inadimplência e a falta de recursos para expansão são apenas alguns dos problemas que ameaçam a permanência das faculdades particulares no mercado. As faculdades públicas deveriam se direcionar para os estudantes mais carentes, mas na realidade acontece o inverso. Já as faculdades particulares deveriam estar voltadas para os mais aquinhoados, mas a situação é inversa. Daí a grande inadimplência, visto ser às mensalidades pesadas demais para o bolso popular. Em conseqüência do maior número de alunos trabalharem no período do dia e estudar no turno da noite. Os estudantes trabalhadores possuem família, suas rendas não dão para custear cursos em faculdades particulares, pois tudo que se usa em termo de pesquisa é pago. Empréstimo de livros, xerocópias, laboratórios e documentos necessários a vida acadêmica são taxados em índice bem elevado. Com a liberação do MEC ( Ministério de Educação e Cultura) de um número bem significante de unidades de ensino superior o mercado ficou engarrafado e criou-se um gargalo no ensino, gerando uma interminável competitividade. Quem não se planejar irá descambar para a falência. O aluno brasileiro tem uma dinâmica fora de série, se não for bafejado com algum benefício financeiro à acomodação virá normalmente.
Lendo e relendo alguns aspectos sobre o ensino superior no Brasil podemos constatar que existem quatro milhões de brasileiros cursando o ensino superior, isso dá 2,13% da população brasileira segundo a estimativa da população para 2007 e 2,36% segundo dados do censo de 2000 (dados do artigo sobre o Brasil). Achamos até razoável afirmar que a população cresce numa taxa maior que a de oferta de vagas no ensino superior, logo a tendência desse número é diminuir. Achamos razoável chutar que 60 milhões de brasileiros têm ensino superior, isso dá um terço da população. Agora vamos assumir que todos os brasileiros com ensino superior pensam por eles mesmos! Isso leva-nos a uma discussão altamente subjetiva. (Deixemos o questionamento de lado, até por que há alguns sem ensino superior que “pensam” muito mais que outros “dotôres”). Logo, temos aproximadamente 70% da população brasileira fora do ensino superior. Se esse percentual de 70% corresponde aos brasileiros fora do ensino superior, denotamos algo de esquisito. Podendo variar entre a péssima qualidade do ensino médio e a falta de recursos para ingresso no ensino epigrafado, além do grande número de analfabetos, e a acomodação natural pela necessidade premente de trabalho para sustento das famílias.
O cansaço e o estresse também favorecem e estimulam o desânimo para o estudo. Outros afirmam que o país possui uma população estimada em 40 milhões de pessoas que vivem em condições subumanas. São os considerados miseráveis, isto é, vivem na condição de miséria total e absoluta. Os 40 milhões de miseráveis muitos deles lutam para sobreviver sem se importar com o desenvolvimento tecnológico, mental, intelectual ou espiritual. Faz-nos pensar no país em que vivemos e que somos governados e liderados por pessoas que não estimulam à população a arte nobre do saber. Nossos governantes não orçam a favor da educação, portanto, pensamos com certeza absoluta que o Brasil ainda não saiu da Idade Média, segundo assertivas de pessoas que acham a Idade Média um período sem desenvolvimento intelectual onde havia uma maioria esmagadora de dominados sem independência intelectual. O que acontece atualmente no Brasil reflete essa realidade. São muitos na ânsia do enriquecimento fácil, através da corrupção, outros sobejando o que os corruptos deixaram. A educação ainda é o melhor meio de amenizar o sofrimento de qualquer povo. Vamos investir no ensino médio e superior, mas com extrema responsabilidade, pois o estado em que se encontram os colégios e as faculdades se nenhuma providência for tomada o fim será uma tragédia educacional.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE