NOSSA PRIMEIRA TV
Foi na década de 1960, não sei precisar a data. Papai chegou com a surpresa, uma grande novidade. A caixa era quadrada, dentro dela o aparelho em madeira. Logo, papai providenciou também um pequeno móvel, uma mesinha, onde o acomodou. Ficou perfeito o arranjo, a um canto da sala.
Desnecessário dizer que a família, especialmente nós, os três filhos adolescentes, acompanhou com interesse e encantamento toda essa arrumação. O mano César ainda era muito pequeno para deslumbrar-se com a nova aquisição.
A marca, Telefunken, uma beleza! Morávamos no interior de Santa Catarina e o sinal de TV bastante precário. Apesar de tanta expectativa, muitas vezes ficávamos sem poder ver nossos programas preferidos. Outras vezes, tínhamos que vê-los entre sombras e fantasmas. E, em outras ocasiões, um chuvisco persistente nos deixava muito frustrados. Mexia-se na antena externa, mudava-se sua posição, espetava-se um chumaço de Bom-Bril na antena interna...e...nada...
Mesmo assim, o pouco que víamos de desenhos animados, filmes de bang-bang, programas de auditório e novelas, bastava para nossa modesta expectativa.
Os avós paternos e tia, que moravam bem perto de nossa casa e que ainda não tinham TV, apareciam todas as noites, após o jantar, para desfrutar conosco da grande novidade, porém, frequentemente, perdiam o capítulo da novela. O tinhoso aparelho se negava a mostrar a tão esperada imagem que, naquele tempo, ainda não era colorida. Em outras ocasiões, imagem não faltava, entretanto, cadê o som?
Hoje, com muito mais avançados aparelhos e com tecnologias nem sonhadas naquela época, penso em como nos contentávamos com o pouco que víamos. Parcas queixas e muito entusiasmo era o que demonstrávamos pelo que tínhamos disponível. Havia muita aceitação da realidade.
Todos esses fatos contribuiram para forjar nosso caráter. Mesmo com as frustrações, nos sentíamos privilegiados. Éramos felizes.
Desnecessário dizer que a família, especialmente nós, os três filhos adolescentes, acompanhou com interesse e encantamento toda essa arrumação. O mano César ainda era muito pequeno para deslumbrar-se com a nova aquisição.
A marca, Telefunken, uma beleza! Morávamos no interior de Santa Catarina e o sinal de TV bastante precário. Apesar de tanta expectativa, muitas vezes ficávamos sem poder ver nossos programas preferidos. Outras vezes, tínhamos que vê-los entre sombras e fantasmas. E, em outras ocasiões, um chuvisco persistente nos deixava muito frustrados. Mexia-se na antena externa, mudava-se sua posição, espetava-se um chumaço de Bom-Bril na antena interna...e...nada...
Mesmo assim, o pouco que víamos de desenhos animados, filmes de bang-bang, programas de auditório e novelas, bastava para nossa modesta expectativa.
Os avós paternos e tia, que moravam bem perto de nossa casa e que ainda não tinham TV, apareciam todas as noites, após o jantar, para desfrutar conosco da grande novidade, porém, frequentemente, perdiam o capítulo da novela. O tinhoso aparelho se negava a mostrar a tão esperada imagem que, naquele tempo, ainda não era colorida. Em outras ocasiões, imagem não faltava, entretanto, cadê o som?
Hoje, com muito mais avançados aparelhos e com tecnologias nem sonhadas naquela época, penso em como nos contentávamos com o pouco que víamos. Parcas queixas e muito entusiasmo era o que demonstrávamos pelo que tínhamos disponível. Havia muita aceitação da realidade.
Todos esses fatos contribuiram para forjar nosso caráter. Mesmo com as frustrações, nos sentíamos privilegiados. Éramos felizes.