O IMPOSTO QUE SE PAGA EM NÃO PERDOAR PODE SER A PRÓPRIA VIDA

Conta a história que dois monges ao passarem por uma floresta se depararam com uma mulher que estava com dificuldades para atravessar o rio, pois o rio estava bastante agitado e mais caudaloso do que o normal. Então um dos monges lembrou o juramento em que eles não poderiam tocar em mulheres. O outro monge lembrou também que nesse mesmo juramento havia a promessa de que sempre deverão ajudar as pessoas, sejam elas quem forem. Então ele pegou a mulher, colocou-a nas costas e a levou até o outro lado do rio. No caminho, após aquele momento, os dois monges seguiram em silêncio até que o outro disse: “você não devia ter carregado aquela mulher, pois ficará com remorso por toda a vida”. Então o monge que havia carregado a mulher disse: “aquela mulher eu a carreguei e a deixei do outro lado do rio lá trás. Porém você é quem ainda está a carregar a mulher em sua mente”!

O conto acima nos remete que em nossa vida poderemos encontrar muitos percalços. Passaremos por aflições e teremos que fazer escolhas para podermos seguir em frente. Diante disso, por vezes, ocorre que em certas ocasiões, nas desavenças com as pessoas, ao invés de seguirmos o ensinamento cristão de perdoar sempre, carregamos mágoas pela vida e seguimos tristes, travados e abalados emocionalmente. Destaca-se que ao refletirmos sobre tal intento, não seria necessário vivermos a perdoar as pessoas, pois o próprio Cristo há dois mil anos já nos salvou e nos perdoou. No entanto, quando ainda estamos a ter que viver com situações mal resolvidas ou rancores das pessoas, não perdoamos, não nos libertamos e vivemos reprimidos em uma jaula emocional, pois o valor de perdoar ainda não tocou a quem deveria. O ativista indiano, Mahatma Gandhi, nos instrui que “o fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte”. Quando somos mais leves conosco e compreendemos que os outros também erram, entendemos que todos nós somos imperfeitos e por isso a busca da evolução humana e espiritual deve ser contínua.

A falta de perdão pode encerrar com os nossos melhores dias. Pode ser orgulho, pode ser vergonha de assumir o amor que se tem pela outra pessoa. De certo que o perdão não é para quem o merece. Enquanto não aprendermos a perdoar os outros, viveremos em uma vida de escassez. Uma vida abundante também é aquela que quando dormimos, em nossa mente não carregamos mágoas, nem dores de qualquer pessoa. Nas palavras de Charles Chaplin, artista inglês, “o amor é ajudado pela força. A doçura do perdão traz a esperança e a paz”. É preciso estar atento na busca pela liberdade emocional e pela autonomia mental. E isso pode ser feito através da ressignificação das coisas que nos prendem. A falta de perdão como vingança é um copo de veneno a si próprio. O escritor norte-americano, Mark Twain, em tom poético nos diz que "o perdão é a fragrância que a violeta derrama sobre o calcanhar que a esmaga". De fato o imposto que se paga em não perdoar pode ser a própria vida. O perdão é o melhor remédio que pode existir para todo e qualquer tipo de mal. Então inteligência será não carregar mais o rancor alheio em nós para que não tenhamos mais que viver a perdoar. E assim seguirmos em paz e plenamente livres.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 14/11/2020
Reeditado em 14/11/2020
Código do texto: T7111611
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