Heróis de ontem e heróis de hoje. Uma fábula dos tempos modernos.
Era uma vez, num passado muito, muito distante, tão distante que se perde no tempo, um ditador, tão mal, que armou um exército e arremessou-o contra o povo; e o povo reagiu, com armas em punho. E muita gente morreu durante o confronto. E após vários dias de combate encarniçado e sanguinolento, o povo sucumbiu às forças superiores do ditador, que, vitorioso, escravizou-o e conservou-se no poder com mãos de ferro.
É o ano de 2.020. Um ditador, por meio da mídia, falou ao povo de um vírus mortal. E o povo, assustado, amedrontado, suplicou-lhe, altivo: "Liberte-me, meu senhor. Liberte-me. Mande-me ficar em casa, e eu nela ficarei. Mande-me usar máscara, e eu a usarei. Mande-me me vacinar, e eu me vacinarei. Mande-me ofender as pessoas que não ficarem em casa, não usarem máscara e não se vacinarem, e eu as ofenderei. Mande-me denunciar comerciantes que abrirem suas lojas e pessoas que se reunirem, em suas casas, com seus familiares, e eu os denunciarei. Liberte-me, meu senhor. Liberte-me."
E o ditador libertou o povo.