Os imãs
– Depois que um imã é quebrado, eles não se juntam mais. Aliery me falou isso e eu ainda questionei:
– é sério?
– Seríssimo, quando a gente chegar em casa vou procurar um pra te mostrar.
– Tudo faz sentido agora! exclamei.
– O quê?
– Nada, viagem minha.
Aliery nunca soube no que eu estava pensando quando falei aquilo e também não chegou a me mostrar a questão dos imãs, a gente chegou tão cansado que cada um foi pro seu quarto, capotou e dormiu.
Dias depois pesquisei no Google e constatei que a história dos imãs é verídica, mas pra mim aquilo ia mais além...
Semanas antes, Pierre me trouxe uma blusa dele mesmo e me disse:
– Cheira quando quiser lembrar de mim.
O abraço de Pierre ainda guardava a paz, o sorriso sempre largo e dentes certos estavam ali, mas algo tinha mudado, a sensação de encaixe já não existia. Lembrava de tudo o que já tínhamos vivenciado e enxergava ele com admiração, porém meu peito me gritava:
– Aqui já não bate não.
Pois é, a distância nos quebrou e fez de cada um individualidade, assim como os imãs não podíamos mudar a história que um dia foi em dupla, mas não era mais possível a atração e consequentemente a junção. Eu vi Pierre dar partida e sumir rua acima sem mágoa, pois isso é apenas a vida sendo ela.