A DURA VIDA DAS MENINAS
Através das minhas andanças pelas ruas da cidade fico sabendo – às vezes observo – de cada cena, que só vendo pra crer!
No relato de hoje conto o que ‘as meninas’ passam em seu trabalho diário de salvar homens.
Que termo, não? Salvar homens!
Dizem-me (algumas) que o ofício, apesar de ser em algumas vezes lucrativo – é, portanto, nojento. Nojento no sentido de ter que agüentar homens de todos os tipos – inclusive a falta de higiene pessoal.
Acrescento: que bebem até quase não poder mais, pois ‘as ladies’ proprietárias destes estabelecimentos pedem ‘às meninas’ que faça os homens beberem, e beberem, e beberem – pior: a ‘geladinha’ nesses lugares custam um bom e elevado preço – acima de quatro vezes o preço normal, se comparado a um bar. E, os homens tomam uma após a outra – e ‘as meninas’ precisam acompanhar. Como dizem: “Às vezes não lucramos nada, pois bebemos tanto que acabamos na pior – e somente ‘as ladies’ lucram com isso!”
Num mesmo dia conversei com duas ‘meninas’. Para a primeira – uma morena bonita, trinta e dois anos, de seios fartos, coxas grossas, bumbum avantajado e quatro filhos (do seu único casamento que durou cerca de quinze anos) – o dia tinha sido bom: faturado uma boa grana; estava alegre. Para a segunda – uma bela mulher, aparentando seus trinta anos (uma filha), branca, seios fartos, coxas grossas – não tinha sido nada bom: nenhum homem havia aparecido na casa naquele dia. Pensei comigo: quanta diferença! (E a última tinha me dito que havia telefonado para vários homens-amigos e nada.)
A fechar esse texto, acrescento que a vida destas ‘meninas’ não é nada fácil – mas também nem sempre a escolha feita fora a mais bem indicada, a mais bem sucedida; temos que usar, às vezes, o ‘livre arbítrio’ – se você acredita nele.
E nesse ‘livre arbítrio’ continuam ‘as meninas’ na tentativa de se salvarem e salvarem os homens na busca de realizações carnais. E o amor, onde fica? (Conto na próxima onde fica o amor...) –
Prof. Pece
23/10/2007