Um certo leitor/escritor no Recanto
Prezados companheiros da escrita, confesso aqui neste espaço o quanto me deixa perplexo certos comentários. Então não é que a malta anda com uma preguicite aguda para comentar o que quer que seja. Há-os que entram no meu espaço para falar sobre tudo menos do meu texto, outros optam por dar aquele comentário como quem não quer a coisa, só para dizer que passaram lá. Parem, parem tudo, não façam isso, se não tem tempo para comentar, deixem o espaço em branco. E se dão comentários para ser comentados, esqueçam. Não fica bem.
Mas esses! Nem são os piores, há aqueles que eu chamo de aflitos, do tipo: “venha me visitar, por favor”, e aí deixam no meu texto um “lindoooo ou foda”. Foda o c... do teu pai... Vai para o raio que te parta, isso não é nada, isso é gozar com quem quer escrever. Se quer vender livros tenha o talento suficiente para que alguma Editora lhe pegue, ou então, se contente em escrever sem esperar por nada. O pior defeito do escritor é achar que para ser bom tem que ser lido. Tantos e tantos escritores passaram ao lado do estrelato, e mesmo assim, deixaram obras magníficas.
Vivemos um tempo em que a literatura se tornou panfletária, demasiado fácil de ler, hoje lê-se um livro ao mesmo tempo que aspiramos o pó do quarto. O que é, à partida, um péssimo sinal, demonstrativo da qualidade do que hoje muitos escritores, escrevem.
Ah! Já me ia esquecendo, este é um espaço de escritores, não do copy paste, se não consegue escrever uma frase sua, então escolha outro lugar. Nem todo o mundo pode ser escritor. Mas evitem colocar frases da Madre Teresa de Calcutá no vosso recanto, e esperarem que alguém vá lá comentar algo que não é seu. Me poupem de todo esta demagogia bacoca.
- Se eu gosto de ser lido?
Adoro, mas sinto sempre pelos comentários quando alguém leu meu texto até ao fim, e teve o tempo e a vontade de o interpretar do jeito certo. Um texto, por muito bom ou mau que seja, tem sentimentos, não pode ser desprezado. Ele reflecte o estado de espírito, ainda que momentâneo, de quem o escreveu. Respeitem isso. Não façam da escrita o parente pobre que ela não é. A escrita é a arte que reúne todas as outras.