A ÚLTIMA VEZ QUE VI MEU IRMÃO
Nós eramos de pais diferentes, mas o que nos unia era nossa mãe, dela viemos do seu ventre.A saudade bateu bem forte do irmão que quase que não nos víamos, eu era o caçula, meus irmãos já eram adultos.Três mulheres casadas.Éramos cinco. Marionita, Adelaide, Belanísia, Juvenal, solteiro, e claro, eu. Filhos já adultos, e minha mãe inventou de me ter.
Do pouco que sei do meu irmão, ele era alcoólatra.
É uma lembrança que nunca some, e de vez em quando ela volta. Estava eu no batente da porta de rua da casa dos meus padrinhos. Na minha época era quase que uma obrigação toda criança tinha que ser batizada para não ficar pagã. Minha mãe lavava as roupas dos meus padrinhos, deduzo o que levou ela pedir para que eles me batizasse.Fui batizado na Igreja São João Batista, padroeiro do município de Barreiras, aqui na Bahia. Voltando, estando na aldrava da porta,ele vinha no sentido da praça São João Batista, ao nos vistar ele parou por alguns segundo ou minutos, e perguntei , - meu irmão em que ano eu nasci?
Eu tinha em torno de nove anos, minha mãe falecera neste ano, estavam decidindo o que iriam fazer de minha vida, pois eu só ficaria poucos dias com meus padrinhos. Ai então ele respondeu, - Zé, você nasceu em 12 de março de 1958. Foram as últimas palavras dele, foi a última vez que nos vimos.
Cada um cumpriu o seu destino. Soube anos mais tarde que ele falecera em consequência da bebida. Dois anos depois fui adotado por meu irmão por parte de pai que morava aqui em Salvador, morrendo em 1977 de acidente de ônibus. A vida com seus mistérios, mostrando a cada um de nós até onde podemos chegar dentro do que foi proposta por ela.