É humilhante ver uma mãe sendo agredida dentro de casa, é humilhante e constrangedor ver um filho presenciar a sua agressão dentro de casa
Fazia tempo que não tinha visto a sua mãe, ah! Como queria ver de novo aquele olhar, penetrar naquele sorriso que há dois anos não tinha por perto, desde que saiu de casa por causa do seu padrasto. Um dia ao chegar em casa, viu seu padrasto gritando com sua mãe, quando ela revidou, ele a arrastou pelos cabelos, nessa hora o sangue ferveu e foi assim que o arremessou com todas as suas forças, os vizinhos ao ouvirem os gritos e todo o barulho, ligaram para a polícia que não demorou muito, assustado conseguiu fugir. Na época tinha 19 anos, pegou sua mochila com o que deu para colocar dentro e saiu estrada afora. Em sua casa tudo foi aparentemente esclarecido, aos policiais disseram se tratar apenas de um bêbado fazendo barulho, o padrasto se recompõe e vai dormir sem saber o que aconteceu, enquanto a mãe entra em desespero, pois viu o seu filho ir embora daquele jeito por tentar defendê-la, mas preferia ver o filho indo embora do que correr riscos com alguém violento dentro de casa. Os dois nunca tinham ficado um sem o outro desde que ficou viúva.
Na época seu filho tinha apenas 12 anos. E desde que ficou viúva nunca pensou em arranjar alguém, o filho era sua prioridade, mas até ele achava que ela deveria refazer a sua vida. Ela relutou até conhecer o homem que se apresentou como um ser possível de caminhar junto, responsável e admirador do seu jeito de ser, mas seis meses foi o tempo suficiente para ele mostrar quem era de verdade, agressivo, alcóolatra. Toda paz entrou em ruína. Brigas, gritos, nem de longe parecia mais o lar harmonioso que sempre viveram. Quando fugiu, sabia que deixava para trás a sua mãe, mas pensava que seria por pouco tempo, só até conversar com alguns familiares para ver um canto para ficarem, aquele lugar já não daria mais. Não foi do jeito que pensara, a mãe o convenceu a ficar por lá até que tudo se acalmasse. Cada dia e noite desses dois anos foi de tormento para esse menino. Arranjou um trabalho numa cidadezinha próxima e sem se cansar juntou centavo por centavo até um dia ir até lá buscá-la. Quando consegue, encontra uma mulher que nem vida tinha mais, só as marcas de alguém quem já não existia, nem sabia mais quem era. Aproveita a ausência do seu agressor, toma a sua mãe pelo braço e os dois somem dali para nuca mais voltar.