AS COMPLEXAS ELEIÇÕES DOS EUA.

Bom de dizer que as primárias para escolhas dos candidatos dos partidos já é densa, difusa e complexa.

O resultado das eleições para a presidência dos EUA se dá por apuração de órgãos independentes, como o mais tradicional que assim faz, datam mais de cem anos, a Associated Press.

Ocorre a apuração sob a batuta de dados parciais que vão sendo colhidos por esses órgãos, com respectivas análises de projeção. Análises para antecipar o vencedor do pleito. A margem de acerto é de 99,8 % da Associated Press isso em todas as eleições.

A apuração de votos nominais é mais lenta no momento diante da pandemia e da enorme quantidade de votos enviados pelos correios. Recorde de comparecimento no pleito atual, já que o voto, como deve ser, “origem na liberdade”, foi exercido em massa diante das crises de emprego, racismo, etc.

Incerto o dia sobre o fechamento final, que se dará em dezembro, com alguma previsão.

Os americanos ficam sabendo quem será o ganhador não por notícia oficial, mas quando órgãos de imprensa geram projeções suficientemente formais, lineares e seguras, para declarar que um resultado de vitória para A ou B é irreversível.

Como? Pelas apurações em curso até atingimento do número de 270 delegados necessários, para se eleger um presidente.

A eleição é indireta pois, e não é necessário esperar a contagem integral de votos por cabeça para se chegar a saber como cada Estado irá participar do colégio eleitoral, o que indica o vencedor.

Diversamente de outras nações é adotado um colégio eleitoral em que cada Estado ganha um peso segundo sua população. Essa a raiz da representação.

Quando os eleitores americanos votam eles estão entregando na verdade representação para aqueles delegados de seus estados, um Colégio Eleitoral. Estados com mais habitantes tem mais delegados e mais peso no Colégio eleitoral.

A California, o mais populoso Estado, tem 55 delegados, assim também Florida, Texas, Pensilvania, têm expressivo número de delegados. Os menores tem menos delegados, como Kansas que tem 3 delegados.

E já há uma inclinação conhecida nos Estados, que são republicanos ou democratas segundo antecedência e costume. Pode mudar como mudou agora em alguns. A imposição é que o candidato necessita angariar votos dos delegados do Colégio Eleitoral. Trazer para si pelo menos 270 dos 538 em disputa.

A confiabilidade na Associated Press é tanta que se comemora com antecedência posições irreversíveis projetadas.

Os Estados populosos tem mais peso no Colégio Eleitoral como ressaltado. São precisos 270 delegados. Biden tem 290.

Isso é uma visão federalista de uma nação com raízes fortíssimas no federalismo. Bom de dizer que Senadores, nos Estados com mais ou menos representantes no Senado, entram nessa equação. É a proporcionalidade.

Veja-se que com votação nominal maior em 2016, Hillary Clinton não foi eleita, mas Donald Trump virou presidente, por ganhar no Colégio Eleitoral.

Destaque-se que Califórnia, Flórida e Texas, que juntos têm 133 delegados, quase 25% do total, quem passar o metade mais um dos delegados leva tudo. É o sistema chamado winner-take-all (ganhador leva tudo), no qual o candidato que conseguir o maior número de delegados fica com todos. Exemplo, se alguém conquistar 28 dos delegados da Califórnia...leva os 55.

É possível colher maiores dados se alguém assim pretender através da internet. Mas essa é a espinha dorsal.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/11/2020
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