O passeio
dos espíritos
1. Este ano, no Dia de Finados, não escrevi absolutamente nada sobre a funérea data. Mas, vejam só, por alguns amigos fui questionado por que eu, um católico praticante, gosto tanto do espiritismo. Eles estiveram aqui em casa. Além de abordarem assuntos religiosos, falaram demais sobre políticos, provocando neste pífio cronista preocupante náusea.
2. Olharam para as minhas estantes e estranharam a presença de numerosos livros de autênticos seguidores de Allan Kardec (1804-1869), pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, o codificador da Doutrina Espírita, com milhares de adeptos em todo o planeta.
3. Como disse acima, no Dia de Finados não escrevi absolutamente nada sobre os mortos. Nem cheguei perto do meu Notebook para não ser tentado a escrever qualquer coisa sobre túmulos ou sobre gente que partiu...
Olha, se abrisse o meu bau de recordações teria muito o que escrever sobre pessoas queridas (ou não) que desencarnaram e nunca me deram a felicidade de revê-las; nem em sonho...
4. Sim, não escrevi, mas li à beça. Mormente sobre o espiritismo, aproveitando o clima de Finados, agravado por esta infame reclusão covídica. Voltei a um extraordinário livro - "A morte na visão do espiritismo" - do escritor espírita Alexandre Caldini, com mais de 60 mil exemplares vendidos.
5. Cada vez que retorno a esse livro, dele saio parecendo que estou convencido de que a morte não é de apavorar. Não é verdade: a morte ainda me apavora. Gostaria de encará-la como nossos irmãos espíritas, ou seja, com extrema naturalidade. Sem a preocupante indagação de como será o Day after do desenlace definitivo.
6. Volto a confessar, que é o passeio dos espíritos, descrito magnificamente por Caldini, que mais me chama a atenção quando releio "A morte na visão do espiritismo". Que disse ele: "Quando dormimos, nosso corpo dorme, pois é feito de matéria e precisa descansar. Mas nosso espírito que não é material, não precisa de descanso".
7. E prossegue Caldini: "Enquanto dormimos, ou melhor, enquanto nosso corpo dorme, nosso espírito sai temporariamente do corpo. Saímos e vamos nos encontrar com espíritos" de pessoas vivas ou mortas.
É o que chamo de o passeio dos espíritos.
8. Quero que num desses passeios, meu espírito tenha a felicidade de se encontrar com os espíritos de pessoas que morreram, deixando em mim uma saudade inconsolável. Bem como com os espíritos de pessoas vivas que, no afogadilho do dia a dia, não tenha eu podido possuí-las... como eu desejava. Nem que esses encontros durem apenas o tempo de um sonho...
dos espíritos
1. Este ano, no Dia de Finados, não escrevi absolutamente nada sobre a funérea data. Mas, vejam só, por alguns amigos fui questionado por que eu, um católico praticante, gosto tanto do espiritismo. Eles estiveram aqui em casa. Além de abordarem assuntos religiosos, falaram demais sobre políticos, provocando neste pífio cronista preocupante náusea.
2. Olharam para as minhas estantes e estranharam a presença de numerosos livros de autênticos seguidores de Allan Kardec (1804-1869), pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, o codificador da Doutrina Espírita, com milhares de adeptos em todo o planeta.
3. Como disse acima, no Dia de Finados não escrevi absolutamente nada sobre os mortos. Nem cheguei perto do meu Notebook para não ser tentado a escrever qualquer coisa sobre túmulos ou sobre gente que partiu...
Olha, se abrisse o meu bau de recordações teria muito o que escrever sobre pessoas queridas (ou não) que desencarnaram e nunca me deram a felicidade de revê-las; nem em sonho...
4. Sim, não escrevi, mas li à beça. Mormente sobre o espiritismo, aproveitando o clima de Finados, agravado por esta infame reclusão covídica. Voltei a um extraordinário livro - "A morte na visão do espiritismo" - do escritor espírita Alexandre Caldini, com mais de 60 mil exemplares vendidos.
5. Cada vez que retorno a esse livro, dele saio parecendo que estou convencido de que a morte não é de apavorar. Não é verdade: a morte ainda me apavora. Gostaria de encará-la como nossos irmãos espíritas, ou seja, com extrema naturalidade. Sem a preocupante indagação de como será o Day after do desenlace definitivo.
6. Volto a confessar, que é o passeio dos espíritos, descrito magnificamente por Caldini, que mais me chama a atenção quando releio "A morte na visão do espiritismo". Que disse ele: "Quando dormimos, nosso corpo dorme, pois é feito de matéria e precisa descansar. Mas nosso espírito que não é material, não precisa de descanso".
7. E prossegue Caldini: "Enquanto dormimos, ou melhor, enquanto nosso corpo dorme, nosso espírito sai temporariamente do corpo. Saímos e vamos nos encontrar com espíritos" de pessoas vivas ou mortas.
É o que chamo de o passeio dos espíritos.
8. Quero que num desses passeios, meu espírito tenha a felicidade de se encontrar com os espíritos de pessoas que morreram, deixando em mim uma saudade inconsolável. Bem como com os espíritos de pessoas vivas que, no afogadilho do dia a dia, não tenha eu podido possuí-las... como eu desejava. Nem que esses encontros durem apenas o tempo de um sonho...