Que sua alma liberte-se

Necessito de desapego

Linha e agulha para atar meu coração

Recolham de mansinho aquela cadeira

Encham ele de carinho

Já terminou

Seu tempo

Percebam a quietude sem medida

O peso da bagagem nos ombros

Se despreendem

Sem armas

Sem fardas

Tá serenando

Um esboço

Que o teu tempo de chorar já suspire

Sem pressa

Se retire

Já se despediu

Recolham teu manto

Escolham teu canto

Com o mesmo amor que me recebeu

Com a mesma alegria

Me espere

Com o coração aberto, com os olhos embaçados, aguardo saber que meu vô paterno, Júlio Justino, 99 anos, tão desejoso de chegar aos 100 em Janeiro de 2021, descanse... Seu corpo frágil parece ter chegado até onde podia... Deus não permita um sofrimento estendido de quem tanto fez o bem... Com muito amor, oro à Deus com gratidão por ser sua descendente.