Notícia do dia
Biden venceu.
Muitos esquerdista comemoram.
Mas, estou enganado ou ele faz parte do grupo de Obama(que ganhou o Nobel da paz, depois de ter derrubado mais de vinte mil toneladas de bombas sobre a Síria e tomado o seu petróleo?) grupo que engendrou o golpe contra Lula, que acabou acertando e derrubando Dilma?
Dessa notícia do dia, para outra dentre os estigmas da periferia.
Não me lembro quando foi a primeira vez que me soube negro, apesar de constar como "pardo", na minha certidão de nascimento, desde sempre me aguento.
Sou negro em todo o planeta, menos no Brasil e para alguns irmãos/irmãs mais escuros, sempre do outro lado desse muro.
Para a instituição, o negro enquanto "escuridão", é a negação da luz. É a fila infindável nos hospitais do SUS.
Nossas bocas grandes, famélicas, devoradoras do senso de beleza anglo saxão, os instigarão em sua visão incomôda, para a "superioridade" hipócrita da Casa Grande, a quem interessa aquele que nos desbande.
E com o meu riso, ilumino o semblante de quem sofre, onde com a força das flores à beira da sanidade, africanizo e repudio os cânticos da morte.
Nossos lábios grossos, não são os beijos mais suculentos, ou o blues visceral (adotado pelo branco) e o seu lamento.
Nossos lábios precisam caber no silêncio imposto pela cultura branca, temos que sermos gratos aos grilhões teológicos e às trancas.
Quando a minha vó negra Otília ria, os pássaros, o vento, as árvores, as borboletas riam com ela, compartilhavam de sua alegria, de sua sonora gargalhada, que afastava qualquer tristeza e ensolarava qualquer estrada.
Mas, somos filhos do demônio, o ferro quente cristão, nos martiriza o corpo e às nossas mentes e às nossas almas abomina e nos amotina.
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Somos os bodes expiatórios quando na periferia, ocorre um crime, que a nós também suprime.
Se não sabem quem foi o culpado, eles matam um negro, para que o sangue da honra establisment seja lavado.
Não diga que apesar de negro, eu tenho os traços finos.
Eu tenho os traços aos pedaços, mas em regozijo, eu me exijo e me erijo, todos os dias, em todos os domínios do meu assassino.
Daniel Barthes.