Abandono
O poeta Quintana, escreveu que, a indiferença mata mais que o abandono. Mas, aquele que abandona, não é indiferente? Não é, em si, o abandono, uma indiferença?
Ainda que à indiferença possa também ser acrescido o ódio, a intolerância...a desconstrução do outro/da outra, para ter uma justificativa para todo o mal que contra ela/ele sejam feitos à posteriori..., além do abandono.
Ao redor do mundo, milhões de crianças são cotidianamente abandonadas. Saber-se rejeitado por seus progenitores, é um dos piores traumas da existência humana. Assumem proporções galácticas, a fome, o frio e o medo.
Com ou sem choro, é uma dor que dilacera.
Com ou sem palavras, parece que não se sobreviverá à partida.
Para o idoso, a velhice abandonada, assume um aspecto de perda irrecuperável, do próprio sentido íntimo.
É gestado um sentimento de fragilidade, desesperança.
O abandono do idoso gera desordens de ordem emocional e psicológicas irreversíveis. Depressão e demência são as mais corriqueiras.
Da mesma maneira, os animais de estimação são abandonados, como se a dor deles fosse menos intensa que a dos humanos, sendo o amor dos animais infinitamente maior, isso torna-se algo paradoxal.
O animal jamais faria algo dessa natureza contra o seu dono. Ele desconhece a crueldade.
Esses são alguns poucos exemplos de abandonos, que são a simples negação, da nossa própria humanidade.